O empresário Marcelo Batista Silva participou, nesta segunda-feira (16), da primeira audiência de instrução e julgamento sobre a execução de dois funcionários do seu ferro-velho. A sessão aconteceu no Fórum Criminal de Sussuarana e durou cerca de quatro horas. Marcelo não prestou depoimento, mas acompanhou os relatos de três testemunhas.
Segundo o advogado Sandro Reis, que representa as famílias das vítimas, o empresário será o último a ser ouvido, após o depoimento de todas as testemunhas de acusação e defesa.
Nesta fase do processo, foram ouvidos dois familiares de Paulo Daniel Pereira e um primo de Matusalém Silva Muniz. As vítimas trabalhavam no ferro-velho de Marcelo e desapareceram em novembro do ano passado, no bairro de Pirajá. O empresário é acusado de ser o mandante e de participar diretamente da execução dos dois.
Marcelo estava foragido havia sete meses e se apresentou à polícia no último dia 9 de junho. A defesa entrou com um pedido de liberdade provisória, aceito pelo juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira. Como contrapartida, o acusado foi submetido a medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento mensal à Justiça, obrigação de manter o endereço atualizado e participação obrigatória em eventual sessão do Tribunal do Júri.
Familiares relataram que Paulo e Matusalém estavam no emprego há apenas três semanas quando desapareceram. O vínculo era informal e, segundo os depoimentos, eles nunca haviam mencionado situações de violência envolvendo o patrão. A única queixa recorrente era sobre as precárias condições de trabalho.
