A influenciadora digital e dançarina Theila Sabrina, acusada de extorsão contra um casal homoafetivo em Feira de Santana, concedeu entrevista nesta segunda-feira (07/07) à TV Subaé, afiliada da Rede Bahia, e apresentou sua versão. Embora tenha admitido ter ameaçado uma das vítimas de divulgar um suposto vídeo íntimo, negou que tenha cometido extorsão e afirmou que a cobrança foi motivada por uma dívida de R$ 6 mil.
Segundo Theila, a suposta vítima é seu ex-companheiro, com quem manteve relacionamento até pouco após o Carnaval. De acordo com ela, o homem teria pegado o dinheiro emprestado e prometido pagar no dia seguinte, o que nunca ocorreu. “Ele pegou um dinheiro comigo no Carnaval, ficou de pagar no outro dia e não pagou, e a gente terminou duas semanas depois”, relatou. Após meses tentando cobrar o valor, ela se exaltou e fez a ameaça: “Se você não me pagar, eu vou soltar um vídeo íntimo seu”.
A dançarina afirmou que não havia, de fato, qualquer vídeo. Segundo ela, a chantagem foi um desabafo em um momento de raiva. “Isso foi um erro meu, eu reconheço. Me exaltei e falei aquilo. Mas não existia vídeo nenhum”, explicou.
Theila declarou que tentou resolver a situação de forma amigável, sem envolver a polícia, mas o ex-companheiro não aceitou. “Ele disse que não confiava em mim e que levaria o caso adiante”, contou. A influenciadora também relatou que não falou sobre o assunto anteriormente por respeito ao processo, que corre em segredo de Justiça, e por receio da repercussão.
“Fui exposta, meu nome foi divulgado. Isso me quebrou muito. Trabalho com redes sociais, minha imagem é meu sustento”, desabafou. “Jamais usaria isso para extorquir alguém. Só estava cobrando o que era meu.”
Ela também detalhou a relação com o ex: “Coloquei ele dentro da minha casa, ajudava com tudo. Quem bancava restaurante, viagem, era eu. Me surpreendi com a atitude dele.”
VERSÃO POLICIAL
Apesar das declarações da influenciadora, a Polícia Civil mantém o entendimento de que a conduta de Theila configura crime. Segundo a delegada Klaudine Passos, responsável pelo caso, houve tentativa clara de obter vantagem financeira com base em uma ameaça, o que caracteriza extorsão.
“A partir do momento em que alguém exige pagamento sob ameaça de exposição íntima, com ou sem vídeo real, é extorsão”, afirmou. A delegada revelou ainda que a influenciadora chegou a exigir R$ 10 mil da vítima e ameaçou divulgar o suposto material em redes sociais e sites de fofoca.
Além disso, foram relatadas à polícia ofensas homofóbicas e ameaças encaminhadas a familiares das vítimas. Esse tipo de crime, motivado pela orientação sexual da vítima, é conhecido como “sextorsão”.
INVESTIGAÇÃO SEGUEM
Na última sexta-feira (04/07), a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa da influenciadora, em Feira de Santana. Um celular e um tablet foram apreendidos. A polícia informou que pediu a prisão temporária da influenciadora, mas a Justiça negou.
Segundo Klaudine Passos, a investigação ainda está em andamento e Theila Sabrina será ouvida oficialmente nos próximos dias. A polícia também espera concluir a perícia dos equipamentos eletrônicos apreendidos.
A defesa da influenciadora afirmou, por meio de nota, que ela está colaborando com as autoridades e que acredita que “a verdade prevalecerá” ao fim do processo.
“Confiamos plenamente que, ao final do devido processo legal, os fatos serão esclarecidos e a verdade prevalecerá. Theila está à disposição para colaborar de forma transparente com as investigações”, diz o comunicado.