O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), confirmou nesta sexta-feira (11/07) que a empresa Crefisa está sendo investigada por suspeitas de irregularidades em empréstimos consignados. A informação surge após denúncias divulgadas pelo site Informe Baiano, que revelou em sua coluna Tirinhas da Política, de 12 de junho, práticas suspeitas da empresa em cidades da Bahia.
Um dos casos citados envolve Antônio Brito Pinheiro, que faleceu em 2021 aos 81 anos, após receber uma restituição do Imposto de Renda no valor de R$17 mil. Segundo a denúncia, a Crefisa teria iniciado uma série de empréstimos não autorizados em nome do idoso já falecido, o que resultou na retirada de todo o valor depositado em sua conta no Bradesco.
Durante sabatina no congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o ministro revelou que a empresa é alvo de uma auditoria conduzida pelo setor de inteligência do ministério, em conjunto com a força-tarefa previdenciária. O procedimento foi iniciado após representação formal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), que relatou supostas violações contratuais, como empréstimos não solicitados e falta de transparência.
“Encaminhamos o processo da OAB diretamente para o setor de inteligência. Pedi um pente-fino”, afirmou Queiroz.
A Crefisa passou a atuar no pagamento de benefícios do INSS em janeiro de 2025, após vencer 25 dos 26 lotes de um leilão promovido pelo instituto no fim do ano anterior. Desde então, passou a ser alvo de queixas semelhantes às que motivaram a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, deflagrada em abril deste ano. O escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias foi revelado em uma série de reportagens do portal Metrópoles, que também abasteceu investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e culminou nas demissões do então presidente do INSS e do ex-ministro Carlos Lupi.
Questionado durante o evento da Abraji, Wolney destacou ainda que notificou a Febraban sobre a apuração e garantiu que a investigação se estende a todo o sistema de crédito consignado, incluindo os correspondentes bancários, conhecidos como “pastinhas”. “Estamos fazendo uma varredura no crédito consignado como um todo”, reforçou. Até o momento, a Crefisa não se manifestou sobre as denúncias.