Enquanto cidades baianas enfrentam ataques do crime organizado e escolas são fechadas por falta de segurança, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) parece mais interessado em comentar a performance de dança do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Durante entrevista na manhã desta segunda-feira (14/07), na sede da FIEB (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), o petista ironizou o adversário político e minimizou críticas sobre a produtividade do estado.
“Ele agora é um dançarino típico. Não ouvi ele fazendo nada, só dançando forró, por sinal muito mal. Vou ter que botar ele numa escola de dança, porque ele dança ruim, viu?”, disparou Jerônimo, ao se referir à visita de ACM Neto ao município de Casa Nova, no norte do estado, no fim de semana.
A declaração veio em tom de deboche após ACM Neto afirmar, durante agenda no interior, que a Bahia tem um enorme potencial econômico que não está sendo aproveitado. Neto também fez críticas diretas à condução do governo estadual no que diz respeito ao desenvolvimento das regiões fora da capital.
“A Bahia tem um potencial enorme, que não vem sendo aproveitado como poderia e deveria”, disse ACM Neto.
“Estamos caminhando pela Bahia para conversar com as pessoas, ver de perto os problemas e abordar caminhos para o futuro. Isso não tem a ver com eleição, mas com compromisso. É possível fazer um trabalho melhor”, completou.
Para ele, o atual governo não enxerga a força produtiva do interior e ignora suas vocações regionais:
“Isso tudo mostra a necessidade de um novo olhar, de uma nova visão para o futuro, especialmente para quem acredita na força produtiva do interior da Bahia.”
Enquanto isso, a Bahia vive crise de segurança e incertezas econômicas
A resposta irônica de Jerônimo acontece num momento crítico para o estado. Em Camamu, no Sul da Bahia, criminosos do Comando Vermelho metralharam a casa do comandante da PM na noite de sábado (12), e todas as escolas da cidade suspenderam as aulas por tempo indeterminado. Moradores relatam medo e ausência de policiamento ostensivo.
Além disso, empresários baianos aguardam com apreensão os efeitos do chamado “tarifácio” de Donald Trump, que ameaça exportações estratégicas da Bahia, como cacau e derivados da indústria química e petroquímica. Ainda assim, o governador não se posicionou claramente sobre o tema, limitando-se a dizer que ouvirá as demandas do setor.
“Quero ouvir qual é a demanda da FIEB, FAEB, Fecomércio e todos os segmentos produtivos, para que eu possa colocar na pauta do presidente o que nós entendemos”, disse Jerônimo, sem apresentar qualquer medida objetiva.
