Dizem que o tempo passa, o mundo gira, mas tem coisa que nunca muda. É o caso do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Diante de uma tarifa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, o petista decidiu trocar a diplomacia pela retórica sindical de palanque e megafone. Ao invés de enviar uma comitiva, ligar para Washington ou tentar costurar um acordo com o temperamental líder norte-americano, Lula parece mais interessado em disputar com Trump quem grita mais alto.
Na prática, o Brasil foi taxado. Trump anunciou: “Produto brasileiro agora vai pagar mais caro para entrar aqui”. E o que fez Lula? Chamou o bonde da nostalgia e foi direto para os microfones da CNN Internacional com o velho discurso de “não ser refém dos Estados Unidos”. Poderia ter enviado uma carta formal, mas parece que o plano é invadir a Casa Branca com faixas do tipo “Trump, tire suas tarifas do nosso café!” — quem sabe até com um carro de som na frente do Pentágono.
Na entrevista, o petista ‘botou pra torar’: “Ninguém quer romper com os Estados Unidos, ninguém quer ‘se libertar’ dos Estados Unidos, o que queremos é não ser refém dos Estados Unidos. Queremos liberdade.”
Poderia ser uma frase de Che Guevara, mas veio mesmo do presidente de um país que ainda tenta entender o que significa “ser protagonista” no comércio global enquanto é colocado de castigo pela maior economia do mundo.
Enquanto isso, diplomatas coçam a cabeça e empresários brasileiros fazem as contas do prejuízo. Afinal, como negociar com os EUA quando o próprio presidente parece disposto a transformar a política externa em um capítulo do “Sindicato contra o Império”?
A pergunta que não quer calar é: será que Lula está se preparando para uma greve geral contra o protecionismo americano? Vai acampar em frente à embaixada dos EUA? Fará piquete internacional com apoio do Brics, agora composto por colegas tão compreensivos quanto Xi Jinping e Vladimir Putin?
No fim das contas, Trump deve estar se perguntando o que é mais lucrativo: responder às falas de Lula ou deixar o Brasil falando sozinho enquanto a tarifa de 50% entra em vigor, com ou sem faixa de protesto.