Entrou em vigor nesta quarta-feira (06/08) a nova tarifa de importação de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, determinada pelo presidente norte-americano Donald Trump. A medida, que amplia em 40 pontos percentuais a alíquota de 10% já aplicada, afeta mais da metade das exportações do Brasil aos EUA e pode gerar impactos severos à economia brasileira.
Segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o chamado tarifaço pode resultar na eliminação de 146 mil empregos formais e informais no país em até dois anos. A federação também alerta para perdas significativas no Produto Interno Bruto (PIB) e na renda das famílias brasileiras.
PIB pode cair até R$ 110 bilhões
Com base na simulação da Fiemg, a nova política tarifária pode reduzir o PIB brasileiro em R$ 25,8 bilhões no curto prazo e até R$ 110 bilhões no longo prazo. A perda de renda das famílias pode alcançar R$ 2,74 bilhões em dois anos, afetando diretamente o consumo interno e o mercado de trabalho.
Setores mais afetados
Os setores industriais mais impactados pelas tarifas incluem: siderurgia, fabricação de calçados, produtos de madeira e máquinas e equipamentos mecânicos.
Na agropecuária, o impacto recai especialmente sobre a cadeia da carne bovina, que ficou de fora das exceções previstas no decreto e representa parcela relevante das exportações brasileiras para os EUA.
De acordo com o estudo, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões aos Estados Unidos em 2024, o equivalente a 1,8% do PIB nacional. Desse total, metade está concentrada em combustíveis minerais, ferro, aço e equipamentos industriais — todos diretamente afetados pelo tarifaço.
Ainda assim, 44,6% da pauta exportadora do Brasil foi poupada da nova alíquota, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Entre os produtos que permanecem com tarifa de 10% estão: petróleo, suco de laranja, aviões e peças aeronáuticas, e celulose.