A Polícia Federal deflagra nesta manhã (08/11) a Operação Furna da Onça, para investigar a participação de deputados estaduais do Rio de Janeiro em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual. A Operação conta com a participação do Ministério Público Federal (MPF) e o apoio da Receita Federal.
Dez deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) são alvos: Andre Correa (DEM), Coronel Jairo (Solidariedade), Luiz Martins (PDT), Chiquinho da Mangueira (PSC), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante), Marcos Vinícius Vasconcelos Ferreira, o “Neskau”, Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Mello. Os três últimos já estão presos, em decorrência da Operação Cadeia Velha, realizada há cerca de um ano. Picciani cumpre prisão domiciliar. Além dos parlamentares, o atual presidente do Detran, Leonardo Silva Jacob, e o secretário estadual do Governo Pezão, Affonso Monnerat, também estão na lista.
A Operação Furna da Onça é um desdobramento da Operação Cadeia Velha – deflagrada em novembro de 2017 – e conta com 200 policias federais, 35 membros do MPF e 10 auditores da Receita para cumprir 19 mandados de prisão temporária, 3 de prisão preventiva e 47 mandados de busca e apreensão, expedidos Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF2).
A organização criminosa, chefiada por ex-governador preso Sérgio Cabral, pagava propina a vários deputados estaduais, a fim de que patrocinassem interesses do grupo criminoso na Alerj. De acordo com as investigações, o “mensalinho” era resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais. De forma ilícita, os parlamentares eram beneficiados ainda com o loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do Estado, onde poderiam alocar mão de obra comissionada ou terceirizada. Os investigados devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.