Marcelo Pinheiro Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, considerado o chefão da facção criminosa Comando Vermelho, foi acusado neste sábado (17/11) de matar uma mulher que foi visitá-lo no Agrupamento Especializado de Assunção, no Paraguai, onde está preso à espera de ser extraditado para o Brasil. As circunstâncias do crime ainda são investigadas. De acordo com o Ministério Público, legistas foram enviados ao local para avaliar o corpo da mulher, que depois será levado para um necrotério da Justiça. A vítima, de 18 anos, foi atacada com uma faca de cozinha pelo bandido, que a acertou 17 vezes.
Ela chegou a ser socorrida para um hospital, no bairro Operário, em Assunção, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O Ministério Público abriu uma nova acusação contra Piloto pelo crime, o que deve atrasar a extradição ao Brasil.
Ontem (16/11), durante uma audiência preliminar em um caso que investiga a produção de documentos falsos e a posse ilegal de armas, ele recusou ser entregue às autoridades brasileiras. A juíza e o promotor do caso tentavam aplicar o chamado “critério de oportunidade” para acelerar a extradição ao Brasil. O mecanismo podia ser usado porque a expectativa da pena de Piloto no Paraguai não ultrapassa os dez anos. Por isso, sua prisão “perde relevância penal” pelo fato de o traficante ter cometido crimes mais graves em outro país.
Ao questionar a aplicação do critério, a defesa do brasileiro argumentou que, na investigação pela falsificação de documentos, as diligências não foram feitas como deveriam. No fim de outubro, o Ministério do Interior paraguaio disse ter impedido um plano para tentar libertar o criminoso, após uma operação policial que terminou com a morte de três supostos integrantes do Comando Vermelho e a explosão controlada de um veículo cheio de explosivos com o qual supostamente pretendiam impactar a prisão na qual o criminoso está recluso.
No Brasil, Piloto é requerido pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para cumprir duas sentenças pelas quais foi condenado a 21 anos de reclusão em um dos casos e a cinco anos e quatro meses no outro. Ele está preso no Paraguai desde dezembro de 2017, quando foi detido na cidade de Encarnación após uma operação internacional conjunta entre várias agências.
Com informações da Agência EFE