Uma das áreas mais carentes de Salvador – a região da bacia do Mané Dendê, no Subúrbio Ferroviário – será alvo de uma das maiores ações de saneamento, urbanísticas e sociais da história da capital baiana já promovidas pela administração municipal. O lançamento do programa Novo Mané Dendê foi realizado nesta segunda-feira (10/12), pelo prefeito de Salvador, ACM Neto e o vice Bruno Reis. Representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Gustavo Mendez e Felix Roberto Prieto Arbelaez, além de secretários municipais, deputados e vereadores estiveram presentes.
Em discurso, o gestor municipal disse que as obras vão demorar 5 anos.
“Teremos 45 mil moradores desses cinco bairros diretamente beneficiados. Vamos trabalhar o reassentamento de mais de 5 mil famílias… Faremos importantes melhorias no sistema viário, que será um dos mais modernos do país”, pontuou o prefeito.
“Sabe quantas praças nós vamos construir? Serão 24 novas praças. Vamos construir um mercado público que vai prestigiar a mão de obra do Subúrbio”, complementou o democrata.
Neto disse ainda que o empréstimo junto ao BID foi possível “porque a prefeitura se organizou”.
Com investimento de US$135 milhões (R$507,6 milhões), sendo US$67,5 milhões fruto de empréstimo internacional assinado em junho passado com BID e contrapartida de igual valor pela Prefeitura, o projeto Novo Mané Dendê vai beneficiar diretamente 10 mil habitantes e outros 35 mil de forma indireta dos bairros de Alto de Santa Terezinha, Itacaranha, Plataforma, Rio Sena e Ilha Amarela. Serão feitas obras de microdrenagem, saneamento básico, urbanização e mobilidade, além da construção de unidades habitacionais destinadas à população carente e ações sociais, a exemplo de capacitação profissional.
A bacia do Rio Mané Dendê atravessa cinco bairros do Subúrbio e deságua na cachoeira de Oxum e Nanã, no Parque São Bartolomeu, lugar de tradição e culto das religiões afro-brasileiras. As famílias da região da bacia vivem atualmente em moradias precárias, perto de esgoto e de doenças, em terreno acidentado, com riscos de inundações e deslizamento de encostas. O projeto da Prefeitura vai mudar essa realidade, como fez em relação à antiga Cidade de Plástico, hoje comunidade Guerreira Zeferina. No total, os benefícios atingirão 800 mil m² de área e as melhorias envolvem diversas áreas.