O senador Angelo Coronel (PSD-BA) voltou a criticar a forma como estão sendo votadas as Medidas Provisórias enviadas pelo Governo Federal ao Congresso Nacional.
A crítica mais uma vez foi em relação ao tempo que a Câmara dos Deputados levou para analisar e votar a MP 871, elaborada pelo Governo para combater fraudes na Previdência Social.
“O problema é que deixam uma MP para ser votada, analisada em 24, 48 horas no Senado sem ter como mudar nada, pois com qualquer alteração a matéria voltaria pra Câmara. Nesse caso (MP 871), não havia tempo hábil para isso. Ou seja, caducaria. Então, ou você aprova a matéria do jeito que está ou vota contra se você discorda de um ou outro ponto”, explicou Angelo Coronel, que discorda de alguns pontos específicos da MP, entre eles a retirada dos sindicatos de trabalhadores rurais do processo de concessão de aposentadoria a essa categoria.
“É correto combater possíveis fraudes, mas inaceitável iniciar a reforma da Previdência pela MP prejudicando a parte mais fraca. Os que serão mais atingidos são beneficiários do BPC e trabalhadores rurais. Quem conhece um processo de aposentadoria rural, no papel, é bem diferente”, alega o senador do PSD, acrescentando, em sua conta no twitter, que “é o mesmo que deixar o pobre trabalhador, que não sabe se movimentar, sem receber o benefício. Difícil aceitar, pois conheço a realidade do Nordeste”, continuou ele, no Twitter.
Angelo Coronel enxerga aspectos negativos na MP: “nada mais é do que uma forma encontrada pelo governo para antecipar a reforma da Previdência em prejuízo dos mais necessitados”.
“Votei contra a MP871 porque não podemos continuar a votar as MPs no afogadilho e também porque sei da importância de sindicatos no auxílio ao homem do campo na hora de pedir aposentadoria. Trocar sindicatos por prefeituras não resolve.”, adverte Coronel, justificando seu voto na sessão do Senado da 2ª feira, 3/6, em que a MP foi aprovada por 55 votos a 12.
“Pra mim chega desse rótulo de casa carimbadora”, finalizou o senador baiano.
