O ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB), radicalizou no discurso e prometeu fechar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em caso de aprovação das regras sobre cultivo de cannabis no Brasil. O objetivo do órgão é permitir a para produção de medicamentos com uso de maconha, uma demanda antiga de diversos pacientes que sofrem de convulsão, por exemplo. A medida é defendida por médicos e especialistas da área de saúde.
“Pode ter ação judicial. Pode até acabar a Anvisa, sei lá, entendeu? A Anvisa está enfrentando o governo. É um órgão do governo enfrentando o governo. Não tem sentido. E o governo não está se baseando em teorias esdrúxulas, está se baseando em ciência. Em 198 países do mundo é proibido plantar maconha. Todos são malvados? É a experiência da vida”, afirmou o ministro em entrevista ao portal JOTA, publicada nesta terça-feira (23/07).
Osmar Terra disse ainda que o presidente da Anvisa, William Dib, “está completamente comprometido com a causa da liberação”.
O ministro também defendeu o uso de medicamento com canabidiol sintético, mas negou ter qualquer relação com a farmacêutica brasileira Prati-Donaduzzi, que desenvolve um remédio, supostamente, semelhante. Osmar Terra, inclusive, já esteve reunido com representantes da empresa e do Ministério da Saúde, que estuda pedir priorização da análise do registro do fármaco sintético.
Além de eliminar a necessidade do plantio, o medicamento sintético não contém THC, substância apontada por Terra como maléfica. Para parte dos especialistas, porém, é justamente a interação de substâncias como THC e canabidiol que traz benefícios aos pacientes. O único produto à base de cannabis registrado na Anvisa, o Mevatyl, possui THC e canabidiol. Para o ministro, o medicamento deve ser retirado do mercado assim que a alternativa sintética for aprovada.
Pacientes estão demandando uso medicinal da cannabis, dizem médicos