A alta do dólar de 0,50% na manhã desta sexta-feira, fez que a moeda americana chegasse a ser vendida R$ 4,31. Foi a maior alta nominal desde a implantação do real.
Com isso, o dólar turismo era vendido nas casas de câmbio por R$ 4,51, segundo o comparador de taxas MelhorCâmbio.com. Para recarregar cartões de viagem pré-pagos, a cotação chega perto de R$ 4,73. Esses preços já incluem o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que é de 1,1% para moeda em espécie e de 6,38% para os cartões pré-pagos.
Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital, explica que a alta do dólar é reflexo tanto do cenário interno como externo. Internamente, contribuem os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que desacelerou para 0,21% em janeiro. É o menor resultado registrado no mês desde o início do Plano Real, em julho de 1994. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador registrou 4,19%.
O arrefecimento dos preços pode gerar redução do diferencial de juros entre Brasil e concorrentes. Além disso, o Banco Central sinalizou, na última quarta-feira, que o ciclo de corte de juros pode ter chegado ao fim. “A queda da inflação pode abrir espaço para uma redução ainda maior na taxa Selic, contrariando a expectativa do mercado. Pode ter especulação sobre mais cortes com a inflação”, diz Bergallo.