O repórter policial Giorgos Karaivaz, 50 anos, foi morto perto de sua casa em Atenas, nesta sexta (09/04). Ele estava retornando para casa quando foi surpreendido e atingido por seis tiros. A motivação e autoria do crime são investigadas pela polícia local.
“É o nosso próprio Giorgos Karaivaz, que o público vê todos os dias, que todos esses anos trabalhou em muitos assuntos difíceis, que fez várias apurações sobre crimes”, disse um colega do trabalhador e âncora de um programa. Ele não havia recebido ameaças, segundo amigos.
Entidades de defesa da liberdade de imprensa da Europa têm alertado para o aumento no número de agressões contra os jornalistas. Por meio das redes sociais, Dunja Mijatovic, que integram o Conselho de Direitos Humanos da Europa, afirmou que “o assassinato é um lembrete trágico de que o jornalismo é uma profissão perigosa na Europa”.
“Apelo às autoridades para que investiguem de forma urgente e completa este crime e garantam que os responsáveis sejam responsabilizados”, cobrou.
No ano passado, 378 alertas de agressão foram registrados pelo Media Freedom Rapid Response (MFRR), entidade criada para oferecer apoio a jornalistas ameaçados. Em julho do ano passado, o proprietário de um jornal sobreviveu após ser baleado no pescoço e no peito por um homem encapuzado do lado de fora de sua casa. O caso ainda está sob investigação.
“Quem pensa que desta forma pode silenciar os jornalistas está enganado. Há outros 6.099 que vão investigar e exigir saber o que aconteceu”, disse, no local do crime, a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Maria Antoniadou.
O governo grego disse que vai trabalhar para prender os assassinos de Karaivaz. “O homicídio chocou a todos nós”, disse em comunicado a porta-voz, Aristotelia Peloni.
“Assassinar um jornalista é um ato desprezível e covarde. A Europa representa a liberdade. E a liberdade de imprensa pode ser a mais sagrada de todas. Os jornalistas devem ser capazes de trabalhar com segurança”, escreveu em rede social –em grego e em inglês– a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A vice-presidente da Comissão Vera Jourová, responsável pela área de valores e transparência, também se declarou “profundamente chocada”. “A justiça deve ser feita e a segurança dos jornalistas deve ser garantida.”