O empresário Marcos Antonio Parente, 59 anos, matou a tiros o ex-policial militar e amigo, Victor Hugo Carrilho, 35, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, no dia 20 de novembro. O crime aconteceu logo após um aniversário e o acusado foi preso em flagrante.
Marcos alegou que atirou porque confundiu a vítima com um ladrão. Os policiais, contudo, trabalham com a hipótese de eles terem se desentendido.
Os dois passaram o sábado bebendo em uma chácara, onde comemoraram os 30 anos do filho de Marcos. A festa começou às 13h e terminou entre 0h e 1h de domingo (21/11), quando os cerca de 20 convidados foram embora.
Marcos Antonio, em seu depoimento, disse que foi o último a sair e que, enquanto fechava as portas e apagava as luzes, viu um homem correndo pelo corredor. Assustado, atirou. Afirmou ainda que, após os disparos, ligou para seu filho e contou ter baleado alguém. Disse também que o homem correu para a frente da casa.
Os policiais relataram no boletim de ocorrência que um homem ligou para o 190, identificou-se como ex-PM, disse que estava sendo baleado e pediu socorro. Quando os policiais chegaram à chácara, um homem apareceu em cima do muro e avisou que iria abrir o portão. Depois de cinco minutos, os policiais ouviram tiros e arrombaram a porta, encontrando o homem que os recebeu. Ele estava baleado.
Dentro da casa, Marcos disse aos policiais que a vítima era um ladrão e afirmou que sua arma era registrada e que era CAC, sigla para colecionador, atirador e caçador. Segundo os PMs, ele estava muito embriagado e emocionalmente abalado.
A polícia pontuou que os vestígios dos tiros no interior do salão pareciam aleatórios. Foram encontradas nove cápsulas, sendo que o ex-PM foi atingido por pelo menos quatro tiros, todos nas pernas.
A polícia considera que possa ter havido um desentendimento entre os dois, já que a vítima teve tempo de pedir ajuda.
Segundo o advogado de Marcos Antonio, Abelardo Julio da Rocha, seu cliente e o ex-PM ficaram bebendo juntos por cerca de duas horas após o fim da festa. Por volta das 2h, o ex-PM se despediu e foi embora, voltando em seguida para dentro da casa, provavelmente para abrir o portão e sair com seu carro -no local estavam dois veículos, tanto o da vítima quanto o do empresário.
Em nota, o advogado diz que o ex-PM, após ser baleado, ligou para o filho de Marco Antonio para pedir socorro e que o aniversariante escutou os disparos efetuados pelo pai.
”Dois amigos foram vítimas dessa tragédia: um foi sepultado e precocemente retirado deste mundo e o outro preso e massacrado pela dor de haver tirado a vida de alguém que ele e a família amavam”, afirma o defensor.
