Décimo lugar em registro de violência contra as mulheres na Bahia, Lauro de Freitas recebeu nesta terça-feira a 4ª Caravana Cravos e Rosas na Paz! que trouxe o debate sobre a temática na busca de sensibilizar e engajar a população nessa campanha. “Nós sofremos com uma violência dupla e preconceituosa. Lauro de Freitas teve um aumento de 54% no número de assassinatos de mulheres negras. Temos um desafio enorme de mudar essa situação. Não queremos essa posição”, destacou a prefeita.
A caravana, realizada no Campus do Instituto Federal da Bahia, em Itinga, foi aberta com oficinas sobre as temáticas de segurança, juventude, rede de atendimento e sociedade civil. Ministradas por técnicas da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (SPM), as oficinas orientaram os participantes com foco na conscientização dos diversos segmentos da sociedade.
Ao fim das oficinas, a peça teatral “Respeite Meu Brilho”, encenada pelo grupo de teatro Juntos e Misturados, da Base Comunitária de Segurança de Itinga, abordou a importância do respeito à mulher e da denúncia por parte de quem sofre violência doméstica.
Ao lado da secretária Estadual de Políticas para as Mulheres Julieta Palmeira, e da secretaria da SPM de Lauro de Freitas, Bárbara Chaves, a prefeita Moema Gramacho lamentou o retrocesso no esforço feito nas suas duas gestões passadas. Hoje Lauro de Freitas faz parte da lista dos dez municípios mais violentos no que diz respeito a mulher. “Temos um desafio hoje que é tirar Lauro de Freitas desta posição. Temos que lutar para mudar efetivamente a realidade do município”, declarou.
A prefeita ainda pediu a colaboração da secretária Julieta Palmeira para trazer para o município a Delegacia Especial de Atenção a Mulher (DEAM). “Se quisermos empoderar as mulheres, encorajá-las e dizer que o poder público está à disposição dela, temos que oferecer um atendimento especializado, com profissionais qualificados que lhe mostrem o caminho e aponte as saídas”, defendeu.
Julieta Palmeira disse estar muito orgulhosa de trazer a caravana para Lauro de Freitas, município com um exemplo de mulher que é orgulho pra Bahia. “Quando uma mulher se destaca temos que comemorar. Moema é orgulho, mulher da política comprometida com o avanço”, declarou.
A secretária destacou o compromisso do Governo para diminuir os índices de violência contra a mulher no Estado. “O Governo tem como prioridade o combate à violência e ao feminicídio, cujo índice na Bahia está acima da média nacional, de acordo com pesquisas do IGBE. Precisamos da união entre governo e sociedade nessa luta”.
“A caravana passa e as políticas afirmativas ficam”. Foi desta maneira que a secretaria municipal da SPM, Bárbara Chaves avaliou a atividade. “Entendemos que a violência chega para qualquer mulher e em qualquer lugar e esse momento traz o fortalecimento da rede. Estamos juntos nesse combate”, declarou.
Representando a sociedade civil, a presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher, Cleide Rezende, ressaltou a importância da parceria com a Polícia Militar, representada pela tenente Neila, da Base Comunitária se Segurança de Itinga, no combate a violência contra a mulher no município.
“Quando falamos de respeito as “mina” falamos de respeito a filha, avó, tia, irmã. E quando essas mulheres precisam é a PM que chega. Quando fomos convidadas para participar desta atividade fiz questão de dialogar com a BCS para resgatarmos a nossa presença no equipamento”, frisou.
As atividades da caravana foram encerradas com uma intervenção teatral em que as atrizes interagiam com o público travando um debate sobre a temática “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. A peça ressaltou a importância do Disque 180, que é o canal de atendimento para fazer a denúncia em caso de violência contra a mulher.
A caravana Cravos e Rosas pela Paz faz parte da campanha “Respeite as Mina” e veio para Lauro de Freitas, por meio da parceria entre a SPM do município e a SPM Estadual. A caravana é realizada com a colaboração do Instituto Avon e conta com o apoio da ONU Mulheres e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher da Bahia (CDDM).
