Uma pasta com vasta documentação sigilosa foi entregue, nesta terça-feira (30/05), pelo promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MPGO), Fernando Cesconetto, aos deputados Júlio Arcoverde (PP-PI) e Felipe Carreras (PSB-PE), presidente e relator, respectivamente, da CPI das Apostas Esportivas, que apura manipulação em partidas de futebol. O Informe Baiano acompanhou a primeira audiência pública do colegiado.
Participaram do evento o procurador-geral e o promotor de Justiça do MPGO, Cyro Terra Peres e Fernando Cesconetto, respectivamente; o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, que identificou um caso de fraude no time e denunciou; da Bahia, estiveram presentes os deputados Paulo Azi (União), Márcio Marinho (Republicanos), José Rocha (União) e Leur Lomanto Júnior (União).
Cesconetto declarou que, além das competições nacionais (séries A e B), campeonatos goiano, paulista e gaúcho, há “indicativos de manipulações em outros campeonatos estaduais”. O promotor afirma que ainda não aconteceram “denúncias”, mas sim “conversas” e “tentativas”. Também cita que pode haver participação de outros jogadores, ainda não citados na Operação Penalidade Máxima, em esquemas de fraudes em jogos do Brasileirão. Os valores recebidos por alguns atletas ultrapassam R$100 mil.
O IB buscou informações com membros da comissão sobre a suposta participação dos clubes baianos ou integrantes dos times no esquema.
O deputado Márcio Marinho disse que trata-se de “um grupo criminoso que está cometendo essa prática de corrupção, de cooptação de jogadores para poder, como a gente sabe, manipular o resultado dos jogos e isso é um absurdo. A gente já passou isso em 2005 com a máfia do apito, onde um grupo de empresários e de investidores cooptaram os juízes. No caso agora são os jogadores também”, pontua.
Marinho revelou que “muita gente vai ser ouvida nessa comissão. Ainda hoje você viu que o promotor entregou um envelope com documentos, com várias informações sigilosas para o presidente da CPI. E aí a gente vai começar chamando, convocando essas pessoas para prestarem os seus depoimentos”.
“A gente acredita que é um grupo que tem os seus tentáculos em vários estados e se tiver na Bahia, certamente, mais cedo ou mais tarde será descoberto”, finaliza Marinho.