A professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e influenciadora digital Bárbara Carine, conhecida como Intelectual Diferentona, usou as redes sociais para criticar uma escultura que utiliza uma mão negra para segurar produto de limpeza na Avenida Oceânica, no bairro da Ondina, em Salvador. A campanha pertence a marca Ypê.
Como destacou a professora, a escultura reforça estereótipos escravagistas, além de colocar o negro em papel de subalternidade: “O lápis cor da pele não pode ser da nossa cor… Mas a cor da pele da faxineira tem que ser a nossa, né???”, questionou ela na publicação.
“Uma mão negra segurando um produto de limpeza em uma área nobre da cidade, porque obviamente não seria a mão da dondoca branca que mora na Avenida Oceânica. Reforçando esse estereótipo escravagista de manutenção de pessoas negras em espaços subalternizados socialmente”, disse. “A gente sabe o quanto é importante limpar nossas casas, mas a cultura colonialista brasileira faz com que a gente não se sinta responsável por isso então tem uma lógica da serviçal que reservam a mulheres negras esse papel e esse lugar”, pontuou a influenciadora.
A influenciadora digital ainda chamou a atenção da prefeitura de Salvador para a retirada da escultura: “Prefeitura, dá uma olhada nisso porque está feio, certo? Ypê, pega essa mão e enfia nos quintos dos infernos. Tira isso da nossa cidade e não reforce mais esse estereótipo de pessoas negras serviçais. Nós não nos colocamos nesse lugar, nunca nos colocamos nesse lugar. E agora, mais do que nunca, não permitimos isso”, finalizou.