O MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) denunciou a influenciadora Natalia Fabiana de Freitas, conhecida como Natalia Becker, por homicídio doloso com dolo eventual qualificado e motivo torpe.
Isso significa que a promotoria entendeu que a dona da clínica assumiu o risco de matar ao fazer o procedimento de peeling de fenol em um paciente por R$ 5 mil. As informações são do UOL.
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A Denúncia foi oferecida nesta sexta-feira (30) pelo promotor Felipe Zilberman. Se a Justiça aceitar a denúncia, Natalia se tornará ré pela morte do empresário Henrique Silva Chagas, de 27 anos.
Natalia deve ser intimada para responder à acusação. Na denúncia, o promotor também solicitou que sete testemunhas, destacadas por ele, sejam ouvidas e pediu que a polícia faça um laudo pericial das substâncias recolhidas na clínica para esclarecer se algum dos frascos continha a substância fenol.
Também foi pedido que sejam aplicadas medidas cautelares a Natalia, embora ela responda em liberdade. Entre elas, que a influenciadora seja proibida de se ausentar da comarca sem autorização da justiça, bem como não possa comparecer em seus estabelecimentos comerciais e atuar em funções estéticas. Nem o MP-SP e nem a polícia pediram a prisão da dona da clínica.
O promotor reforçou que não há nos autos do processo nenhum documento que comprove que a dona da clínica está autorizada a exercer funções estéticas. Ele ainda destacou que o processo demonstra que a influenciadora realizou “a prática ilícita de ato privativo de médico”. “[É] imperiosa a necessidade de interrupção do exercício de suas funções em seus estabelecimentos comerciais”, acrescentou.
À polícia, Natalia disse que fez um curso online, ministrado por uma farmacêutica do Paraná, para a aplicação do fenol. Na última semana, a Polícia Civil do Paraná arquivou a ocorrência contra a farmacêutica por concluir que ela não cometeu crime.
“Todavia, por ganância e desejo de auferir lucros patrimoniais, mesmo sem possuir qualquer formação profissional para a realização do aludido procedimento, em local absolutamente inadequado, (…) a acusada aplicou em todo o rosto de Henrique a substância fenol, agente químico altamente tóxico, que adquiriu de forma irregular, sem qualquer verificação de sua procedência, provocando na vítima as lesões que lhe determinaram a morte”, escreveu o promotor.
A advogada de Natália disse que a cliente “não qualquer equívoco, somenos ilicitude, de modo que, será oportunamente apresentado no processo, todos os motivos da inocência” dela.