Isaiah Stark, de apenas 7 anos, morreu em fevereiro de 2020, no Colorado (EUA), após ingerir uma substância extremamente salgada conhecida como salmoura de azeitona. O caso, inicialmente tratado como um acidente doméstico, ganhou contornos perturbadores ao longo da investigação e tem mobilizado vizinhos, familiares e defensores da infância, que cobram justiça.
O laudo do Instituto Médico Legal apontou hipernatremia — quadro raro causado por excesso de sódio no corpo — como a causa da morte. Isaiah, que tinha necessidades especiais e dificuldades cognitivas, vivia desde a primeira infância com os pais adotivos, Elizabeth e Jonathan Stark.
A ingestão da salmoura teria ocorrido dentro da casa da família. Em mensagens incluídas em processos judiciais, Elizabeth relatava dificuldades em lidar com o comportamento do filho e chegou a perguntar a profissionais de saúde se havia algum medicamento que o fizesse “dormir completamente”. Na véspera da tragédia, ela voltou a reclamar de alterações no sono do menino.
Na manhã seguinte, Isaiah passou mal e foi levado ao hospital, mas chegou sem sinais vitais. Exames apontaram, além do excesso de sódio, sinais de desnutrição e desidratação.
Apesar das evidências, o legista classificou a morte como acidental. O promotor do caso optou por não apresentar denúncias, alegando falta de provas que demonstrassem intenção ou negligência, como exige a legislação local.
A decisão causou indignação, especialmente porque Jonathan Stark era policial na cidade de Granby, onde a família morava. Documentos revelam que a legista assistente prometeu “fazer o possível para proteger a família” e que investigadores foram orientados a agir com cautela, levantando suspeitas de favorecimento e omissão por parte das autoridades.
Mesmo com o arquivamento do caso, parte da comunidade segue mobilizada para reabrir as investigações. Para muitos, Isaiah — o terceiro de cinco filhos adotivos — foi vítima de uma punição cruel, e sua morte teria sido abafada.
Enquanto isso, a família seguiu a vida. Após a morte do menino, Elizabeth deu à luz outro filho, Knox, descrito por ela como um “milagre”. Em publicações nas redes sociais, ela agradeceu o apoio de amigos e familiares, mas não fez menções diretas à tragédia.
Para pessoas próximas, no entanto, o silêncio em torno do que aconteceu com Isaiah é tão doloroso quanto a perda. “Ele era um menino doce, com um sorriso que iluminava tudo”, disse uma parente. “O que ele viveu e como morreu ainda precisa ser esclarecido.”