A Bahia é o estado brasileiro que mais perdeu população ao longo do tempo devido à migração, segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais de 3,3 milhões de pessoas nascidas na Bahia atualmente vivem em outras unidades da federação. Em contrapartida, apenas 961 mil pessoas nascidas em outros estados decidiram fixar residência em solo baiano.
O saldo populacional é o pior do país: uma perda de aproximadamente 2,4 milhões de moradores, o que representa 17% da população recenseada. A Bahia lidera o ranking negativo, seguida por Minas Gerais (1,7 milhão) e Pernambuco (1,3 milhão).
De acordo com o IBGE, São Paulo continua sendo o principal destino dos migrantes no Brasil, com mais de 5,7 milhões de pessoas de outros estados vivendo lá. Goiás (1,2 milhão) e Santa Catarina (1,1 milhão) também figuram entre os estados que mais receberam migrantes.
Migração recente apresenta queda
Apesar de ter o maior número absoluto de pessoas que deixaram o estado, a Bahia apresentou uma queda expressiva no fluxo migratório de saída entre os dois últimos censos. Entre julho de 2017 e julho de 2022, pouco mais de 327 mil pessoas migraram da Bahia para outras regiões, enquanto cerca de 285 mil chegaram de outros estados. O saldo recente, portanto, é negativo em 41.549 moradores, com taxa líquida de migração de -0,29%.
Esse cenário mostra uma melhora significativa em relação ao período entre 2005 e 2010, quando o estado registrou um saldo migratório negativo de 237 mil pessoas e taxa de -1,69%. Em comparação, a perda atual representa uma redução de 82,5%.
Atualmente, a Bahia ocupa o 9º lugar entre os estados com maior perda populacional recente e a 14ª menor taxa líquida de migração.
Nordeste perde habitantes
Além da Bahia, todos os demais estados do Nordeste apresentaram mais saídas do que entradas de moradores, revelando um padrão de êxodo regional que persiste, ainda que em menor intensidade do que em décadas anteriores.
O levantamento reforça os desafios estruturais para reter a população local, ao mesmo tempo em que aponta sinais de desaceleração no fluxo de saída, especialmente em estados que vêm investindo em desenvolvimento e infraestrutura.