Um dos momentos mais marcantes da festa da Independência do Brasil na Bahia, após o desfile principal do 2 de Julho, é a tradicional Volta da Cabocla. O evento acontece neste sábado (5), a partir das 18h, e as carruagens e imagens do Caboclo e da Cabocla, que ficaram três dias expostas para devoção e contemplação popular na Praça 2 de Julho, no Campo Grande, voltam em cortejo até o Pavilhão 2 de Julho, na Lapinha, fazendo o percurso inverso do dia 2.
O diretor de Artes e Fomento Cultural da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e coordenador da festa, George Vladimir, conta que, para muitos, a volta é mais emocionante do que a ida dos caboclos ao Campo Grande. “A ação ficou popularmente conhecida como ‘A Volta da Cabocla’, uma festa alegre, divertida, um carnaval fora de época. Se a vinda é mais solene, com caráter místico, religioso e cívico, a volta é uma grande alegria, marcada pela dança. Eles voltam para o pavilhão sob aplausos e a comoção geral do público. É o meu momento preferido”, confessa.
Além disso, Vladimir destaca a homenagem ao maestro Reginaldo de Xangô, criador espontâneo da tradição de se ter uma orquestra dançante para levar a cabocla de volta, há mais de três décadas. “Sua filha Rita deu continuidade a essa tradição e nós, da Fundação, preservamos essa memória, essa tradição, sempre trazendo a Orquestra Maestro Reginaldo de Xangô. Rita é uma defensora e uma guardiã dessa tradição”, declara.
Rita Barbosa está à frente da orquestra e não esconde a emoção de levar adiante o legado do pai. “Esse momento é importante, porque é uma celebração que envolve a minha ancestralidade, tanto pela memória do Maestro, como pela minha religiosidade – eu não sei explicar porque eu me sinto tão forte quando estou perto dos meus Caboclos, como costumo dizer. Saber que este legado deixado pelo meu pai é mantido e que eu procuro fazer como aprendi com ele, e estando à frente desses músicos, homens que se colocam à disposição desse movimento histórico e cultural, é gratificante e emocionante”, relata.
Para ela, a chegada na Lapinha dá uma sensação de dever cumprido e que eles aceitaram a festa. “É indescritível. E esse ano a surpresa será por conta do aumento no número de músicos. Teremos duas bandas, com 60 pessoas, e em cada local que passamos do trajeto há um significado que nos faz tocar determinadas músicas. Quem estiver na procissão, verá”.
Pertencimento – Neste ano, o tema dos festejos da Independência do Brasil na Bahia é “Eu sou o 2 de Julho”, uma referência à identidade e ao pertencimento do povo baiano na luta pela independência. A programação completa na capital baiana – organizada pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) – movimenta diferentes regiões da cidade até o dia 13 de julho.
Entre os dias 11 e 13 de julho, acontece a Festa de Labatut, no final de Linha de Pirajá. No dia 12, o Campo Grande será palco do 3º Festival de Fanfarras e Balizadores, a partir das 8h. No domingo, encerrando a programação, a partir das 8h, acontece uma missa na Igreja de São Bartolomeu, em Pirajá.