Em ato realizado em Salvador neste domingo (10), no Espaço Cultural da Barroquinha, a Bahia foi declarada a ‘Capital Iorubana das Américas’ pelo rei Ooni Adeyeye Enitan Babatunde Ogunwusi, de Ile-Ife, cidade localizada no sudoeste da Nigéria. O evento contou com a presença de uma comitiva de autoridades políticas, sacerdotes e sacerdotisas africanas, das titulares das secretarias estaduais de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fabya Reis, e da Cultura (Secult), Arany Santana, e representantes de comunidades locais de matriz africana.
A agenda do rei Ooni na Bahia tem o objetivo de ampliar diálogos e projetar cooperações em diversas áreas, a exemplo de governos, universidades e comunidades religiosas. Neste ano, o Brasil foi escolhido para iniciar o calendário oficial de visitas do rei, tendo da Bahia como centralidade, estado que aderiu de forma pioneira às ações da Década Internacional Afrodescendente, declarada pela ONU.
“Reconhecemos nossos laços históricos com a Bahia e com este povo valente, assim como o protagonismo cultural das pessoas de descendência africana que, ao longo dos últimos séculos, vêm preservando os valores culturais, históricos e religiosos, sobretudo dentro da visão iorubana”, afirmou o rei Ooni Ogunwusi. Para ele, ganha destaque os esforços baianos pelo resgate da autoestima de gerações afrodescendentes, além das ações governamentais para promoção da “plena cidadania, igualdade de direitos, emancipação política e econômica do povo negro”.
Para a secretária da Sepromi, Fabya Reis, o diálogo implementado reaproxima os países da diáspora africana e potencializa os laços em prol da superação das desigualdades. “A vinda do rei Ooni à Bahia, sem dúvidas, enche a todos de orgulho e reforça ainda mais nossos compromissos pela continuidade da luta, reparação ao povo negro e combate à intolerância religiosa”, ressaltou a gestora.
