Entendendo que a harmonia entre saúde e trabalho não é responsabilidade apenas dos policiais, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) mobilizou equipes do Programa de Saúde do Servidor (Prosserv) e a Comissão Regional de Direitos Humanos (CDH) durante Copa América na Bahia. O objetivo é promover e proteger a saúde e os direitos das centenas de PRFs que direta e indiretamente estão envolvidos na operação.
A equipe Prosserv conta com cinco PRFs, que se revesam dia e noite para dar continuidade a um trabalho que começou antes mesmo do início do campeonato. “Nós aplicamos um questionário a fim de dimensionar o perfil dos policiais convocados, se possuem plano de saúde e, além disso, fizemos o mapeamento das unidades hospitalares e clínicas para onde eles podem ser encaminhados em caso de adoecimento”, explica a PRF Érica Freire, dentista e supervisora da equipe na Copa América.
Já durante a operação, o Programa promove ações de vigilância dos riscos e agravos à saúde. “Nós monitoramos os policiais empregados em cada atividade, analisamos o ambiente de trabalho e nas ocorrências atuamos ativamente em apoio ao servidor”, esclarece a supervisora. Acompanhar durante atendimento hospitalar o policial que tenha caído da motocicleta ou passado mal ainda que no período de folga são algumas das situações em que o Prosserv entra em ação.
Médico do Trabalho e integrante do Programa há 5 anos, o PRF Márcio Espíndola ressalta a importância da prevenção, atentando-se aos múltiplos fatores que alteram o bem estar físico, mental e social do PRF. “O desafio de grandes eventos com a Copa é lidar com as diferenças. Temos policiais vindos de diversas partes do país e eles precisam se sentir acolhidos nesse processo de adaptação”, disse. “O compromisso do Prosserv é fazer com que o servidor cumpra a missão e volte para sua rotina com a saúde que o trouxe até aqui”, concluiu o médico.
DIREITOS HUMANOS – “Mais que uma questão de dignidade, trata-se também de uma questão de segurança.” Foi assim que a PRF Liamara Pires, Presidente da Comissão Regional de Direitos Humanos (CRDH), justificou importância da atuação da equipe durante a Copa América na Bahia. Com um olhar diferenciado para as condições de trabalho do efetivo, Liamara fala em entrevista sobre objetivos, mitos, direitos e motivações:
Qual a missão da CRDH durante esta operação?
– Nossos esforços estão voltados para a garantia de condições básicas de trabalho, com dignidade, para todos os policiais envolvidos na Copa América. Por isso, nós nos preocupamos, por exemplo, com a alimentação e em disponibilizar espaços de acolhimento confortáveis para nossas equipes durante os jogos.
Que impacto esses cuidados têm no serviço operacional?
– Mais que uma questão de dignidade, trata-se também de uma questão de segurança. O policial, por exemplo, que não se alimenta e que não tem um espaço para descanso durante intervalo das escoltas de seleções fica mais vulnerável a envolver-se em acidentes.
O que motiva o trabalho da CRDH?
– É acreditar que não existe antagonismo entre direitos humanos e policiamento. A PRF é uma das maiores instituições de segurança do país justamente por ser uma polícia cidadã. Quando buscamos garantir os direitos dos policias, reduzir o número de acidentes e mortes, diminuir os índices de criminalidade e agimos dentro da lei estamos também defendendo os direitos de todo ser humano.
Desse modo, o policial também merece ter seus direitos preservados?
– Muitas vezes pensa-se em direitos humanos para o outro, mas o que nós buscamos enfatizar para o servidor é que, muito mais que um policial, ele é um ser humano. Com tal ele merece e precisa ser acolhido e ter seus direitos garantidos.
Essa consciência reflete diretamente na sociedade?
– O PRF como sujeito que protege a sociedade é um garantidor de direitos humanos e também um educador. Essa atenção que a instituição dá ao servidor como ser humano reflete no serviço prestado. Quando o policial atua com parcimônia, dentro da legalidade e com profissionalismo, ele acaba se tornando um espelho para a sociedade.
É a PRF atuando em todas as áreas, para o policial e para a sociedade, sempre garantindo a cidadania e preservando vidas.