Historicamente, o Partido dos Trabalhadores e a polícia nunca se cruzaram. Não havia afinidade nenhuma. São centenas, talvez milhares de confrontos, ocorridos ao longo da existência da sigla, fundada em 1980 por intelectuais e sindicalistas contrários à Ditadura Militar. Ou seja, a legenda comandada por Lula nasceu levando chicotada das Forças de Segurança. São diversos presos políticos e exilados. Mas o PT e o Brasil, juntos, venceram e superaram os “Anos de Chumbo”.
Lembro de 2001, ano de estreia da TV Bahia, do campo de batalha que tornou-se a Universidade Federal da Bahia, no bairro do Canela, onde figuras da Esquerda baiana respeitadas pediam a cassação do então senador Antônio Carlos Magalhães e foram reprimidas com extrema violência por 300 homens do Batalhão de Choque. Curioso, eu acompanhava o ato. Presenciei Moema Gramacho colocar o dedo na cara de um capitão do bigodão e levar porrada, além de gás de pimenta, naquele 16 de maio.
Mas essa triste realidade, graças a Deus e a habilidade política do governador Rui Costa, mudou. Hoje, o PT está protegido das porradas de antigamente. No próximo domingo, 2 de Fevereiro, Dia de Iemanjá, Salvador vai ter o nome certo, segundo o petista Josias Gomes, “para a estrela batalhadora brilhar”. Inclusive, o Pastor Sargento Isidório pode ser vice na chapa do PT, comandada pela também militar, Major Denice. Até o Soldado Prisco ficou animado. Doravante, o PT não vai ter mais medo da polícia.
Por Ramon Margiolle
Montagem com fotos do documentário Choque, de Carlos Araújo