Uma operação conjunta da 39ª CIPM e 49ª CIPM prendeu dois homens na noite de domingo (24/01), no bairro de Mussuringa, em Salvador. A investida ocorreu por volta das 17h, na localidade conhecida como Baixinha de Mussurunga.
De acordo com uma fonte do Informe Baiano, o oficial superior de plantão da região Atlântico, major Macedo, organizou uma ação com as duas unidades após ser informado sobre a localização de marginais responsáveis pelo homicídio de Wagner Santana Bispo da Silva, 19 anos, ocorrido na noite de sábado (23/01).
No local indicado, as guarnições cercaram o grupo. Foram presos Luis Alberto Santos Neves, conhecido como “Malhado” e Ruan Nascimento dos Santos. Um deles é suspeito de participação no homicídio de Wágner. Ambos estavam armados com pistolas. Também foram apreendidos 37 munições, uma pequena quantia em dinheiro e alguns objetos.
A dupla foi encaminhada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o assassinato de Wagner.
Morte de Wagner
O jovem comemorava seu aniversário com amigos quando traficantes chegaram na Rua Georgina, por volta das 21h, atirando aleatoriamente. Desesperadas, as pessoas correram, inclusive Wagner, que tentou entrar em uma residência, mas acabou ferido fatalmente. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), mas não resistiu aos ferimentos.
Vizinhos relataram que Wagner “sonhava em servir ao Exército” e “queria se mudar do bairro”. Além disso, não tinha nenhum envolvimento com a criminalidade e trabalhava em um mercado. No domingo (24/01), moradores da Boca do Rio fizeram um protesto na Estrada do Curralinho contra a violência desenfreada que atinge o bairro devido a guerra entre facções por pontos de venda de drogas. Os manifestantes utilizavam cartazes e chegaram a queimar pneus na pista.
“Wagner era de familia pobre, mas era direito. Ele, assim como a maioria das pessoas de bem, queria sair daqui da comunidade e ele sempre dizia: ‘vou tirar minha mãe desse lugar’. A situação está muito triste, muita dor e sofrimento na comunidade”, desabafou um morador, que acrescentou.
“Não estamos mais suportando essa guerra de tráfico, não podemos sair sem preocupação, não podemos receber visita ou pessoas que moram em outra rua. Tá difícil”, concluiu.