Em nota divulgada nesta sexta-feira (30/04), a “Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) repudia veementemente a violência brutal sofrida pelo jovem Bruno Barros da Silva, de 29 anos, e seu sobrinho, Ian Barros da Silva, de 19 anos, assassinados de forma cruel na capital baiana”.
O caso foi denunciado pelo Informe Baiano na segunda-feira (26/04), horas antes dos corpos serem encontrados no porta-malas de um carro, na Polêmica de Brotas (veja aqui). O IB conseguiu e divulgou em primeira mão a foto que mostra as vítimas rendidas com quatro pacotes de carne ao lado, dentro do supermercado Atakarejo (veja aqui). Posteriormente, outros veículos de comunicação reproduziram o registro.
Bruno e Ian foram entregues por um gerente e pelo chefe da segurança para a facção Comando Vermelho, que torturou e executou as vítimas na localidade do Boqueirão, no Nordeste de Amaralina.
A SJDHDS lembra que o crime teria sido motivado pelo suposto furto de alimentos, por parte das vítimas, em uma unidade do supermercado Atakarejo, no bairro de Amaralina.
“Se for confirmado pela investigação, é inaceitável que funcionários da rede de supermercado tenham recorrido a traficantes locais para punir de maneira violenta os dois jovens. A possível ligação entre representantes da rede de supermercados e traficantes de drogas também será investigada”, diz o comunicado.
“O caso já está sendo apurado pela Polícia Civil e é acompanhado de perto pela SJDHDS, por organizações de defesa dos direitos humanos, bem como pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia e pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos”, acrescenta.
O secretaria afirma também que “foram vidas negras barbaramente tiradas do convívio da família, acusadas de furtar um pedaço de carne. O supermercado Atakarejo deve uma explicação à sociedade. O hediondo crime já foi levado ao Conselho Estadual de Direitos Humanos que, juntamente com a SJDHDS, acompanhará todo o processo até a total elucidação do crime”.
“A SJDHDS confia nas autoridades policias para a elucidação e punição dos responsáveis pelo crime, conforme o que estabelece a lei. A barbárie e a justiça pelas próprias mãos não são solução para nenhum dos problemas sociais do Brasil, independente da sua gravidade”, finaliza a nota.
Corpos na Polêmica de Brotas: funcionário de supermercado teria entregue jovens negros para facção