O deputado estadual Samuel Júnior criticou o posicionamento do secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, sobre a escalada da violência no estado. Essa semana ao menos três policiais foram mortos e Salvador registrou pelo dois casos de latrocínio num único dia.
“Não é concebível que um gestor de uma pasta tão essencial venha a público e, ao invés de fazer mea-culpa, culpa a todos pelas gravíssimas falhas da segurança pública na Bahia. Inclusive culpando nossos heróis policias que estão todos os dias arriscando sua vida para nos proteger”, opinou o legislador. Samuel Júnior deve se filiar ao PP, do vice-governador João Leão, depois de deixar o PDT logo após ter participado de atos do 7 de setembro e em apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
Mortes cresceram
De acordo com a Polícia Militar, até agora são 18 policiais mortos na Bahia. Já em 2020, 13 PMs morreram no estado. Os dados sobre assassinatos de policiais representam um aumento de 38% comparado com todo o ano passado.
Ex-juiz federal, Mandarino defende a regulamentação do comércio de drogas como uma estratégia de combate ao narcotráfico e ao crime organizado. Na sua opinião, os policiais e a própria sociedade são vítimas de uma guerra “inútil” e que a desregulamentação favorece o crime organizado, com o aumento dos casos de violência motivados pela disputa de território envolvendo as facções criminosas.
“Quando você regular e tributar a droga, primeiro você quebra as pernas do crime organizado, que não vai mais precisar matar para conquistar novos territórios. E com o dinheiro arrecadado com impostos, você constrói hospitais para recuperar usuários e fazer propagandas contra o uso”, opinou o secretário.
Sobre as mortes de policiais a Secretaria de Segurança Pública disse que há uma sensação de impunidade por criminosos serem presos e soltos pela justiça. A pasta disse ainda que é necessário mudanças no Código Penal.
“A pasta destaca também que é urgente uma reformulação no Código Penal, para diminuir a sensação de impunidade e a ousadia dos criminosos, que acreditam na rápida soltura e possibilita o retorno imediato às ações ilícitas”, ponderou.