Fazendeiros e produtores rurais que se articulam contra invasões de terra na Bahia não pretendem travar uma disputa de “gato e rato” contra o MST. A sinalização vem do membro da coordenação do grupo Produtores em Alerta, Luiz Uaquim, numa mensagem em vídeo gravada e divulgada nesta sexta-feira (24).
“Qualquer movimentação nossa custa muito caro. Qualquer ação nossa para ir a Brasília, onde teremos algumas visitas [custa caro], porque o nosso propósito não é brincar de rato e gato com o MST. Nosso propósito é ajudar o governo a resolver a questão da reforma agrária”, disse Uaquim, no contexto em que mobilizava os pares a fazerem contribuições.
“Estipulamos um valor irrisório de vinte reais mensal. Para que serve isso? Para a manutenção do movimento”, explicou.
Em contato com o INFO AGRO, Luiz Uaquim reiterou as posições e disse que a questão precisa ser tratada no ambiente institucional e político.
“Não pode ficar no invade e tira. Temos que sentar com o Congresso Nacional, com os governadores. O governo tem de aproveitar esse momento de abertura para diálogo”.
Em uma parte do vídeo divulgado nesta sexta, Luiz Uaquim também apontou haver oportunismo político por trás dos grupos que gerenciam as invasões.
“Nós não vamos permitir que meia dúzia de pessoas use essas famílias, essas crianças, pessoas de idade, deixando essas pessoas anos e mais anos na beira do asfalto para explorar a inocência de cada um. Não, nós entendemos que é preciso fazer a reforma agrária”, completou.