Na madrugada de domingo (16), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram uma área pertencente à Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE). O local invadido anteriormente funcionava como Serviço Produtos e Mercados (SPM), que encerrou suas atividades de produção de sementes há alguns anos. O MST afirma em nota que 600 famílias ocuparam a área “com o intuito de transformar essa terra devoluta em um projeto de assentamento da Reforma Agrária”.
Em uma declaração divulgada pela Embrapa Semiárido nesta segunda-feira (17), a empresa afirma que a invasão “foi realizada em terras agricultáveis e de preservação da Caatinga”. A área invadida está sendo utilizada para instalar experimentos diversos e multiplicar material genético básico de cultivares lançadas pela empresa (sementes e mudas), bem como para áreas de preservação da Caatinga, comprometendo a vida de animais ameaçados de extinção e pesquisas para conservação ambiental e de uso sustentável do Bioma. Além disso, a invasão também prejudicou o Semiárido Show, uma feira importante para os agricultores familiares do Semiárido, que recebe mais de 20 mil pessoas e é uma referência em transferência de tecnologias para a região Nordeste. A invasão já está prejudicando consideravelmente todo o planejamento e execução das atividades previstas.
A Embrapa considera a ação do MST como “inaceitável”, uma vez que as terras são “patrimônio do governo brasileiro, produtivas e destinadas ao uso exclusivo da Embrapa Semiárido para o desenvolvimento de pesquisas e geração de tecnologias voltadas à melhoria da qualidade de vida de populações rurais”. A empresa afirma em nota que está adotando as medidas cabíveis para solucionar a situação, já que a invasão à área da Embrapa está trazendo danos à condução de seus trabalhos e ao planejamento da execução de projetos e ações de pesquisa.