O deputado Marcinho Oliveira (União) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBa) e voltou a falar sobre a crise do Sisal, na quarta-feira (11/10).
Natural da cidade de Santaluz e filho de produtor rural, o parlamentar relatou a escassez do produto e a redução nos preços. Ainda contou que o Governo não apresenta alternativas para o problema. Na ocasião, pediu que o secretário estadual da Agricultura, Tum, “saia do ar-condicionado”.
“O secretário de Agricultura assiste de camarote, sentado, a crise do Sisal. A gente não houve uma palavra do secretário, que não sabe nem distinguir entre o que é um pé de abacaxi e um pé de sisal”, desabafa.
Marcinho relata que “não existe uma proposta por parte dessa Secretaria para amenizar o problema dos produtores de Sisal”.
“É inadmissível, nos dias de hoje, com tanta tecnologia e recursos, a nossa Bahia se limite a ser mera fornecedora de ‘commodities’. O Sisal ‘in natura’ não é nada mais do que isso. Precisamos urgente de investimentos em pesquisas e desenvolvimento. O Estado pode financiar pesquisas para melhorar a diversidade do Sisal que produzimos, mas tudo isso requer esforço”, pontua.
De acordo com o parlamentar, a empresa chinesa BYD, que se prepara para se instalar em Camaçari, poderia absorver “os fios para fazer painéis e estofados dos veículos, por exemplo”. Além disso, é “possível utilizar o Sisal na Indústria Civil e na alimentação de animais”.
Também cobrou linhas de incentivos fiscais e de créditos, pois “não é nada fácil brigar com o mercado do plástico e da fibra sintética”. O deputado ainda sugeriu uma força-tarefa da ALBA junto com os deputados federais para contribuir em Brasília com uma alternativa.
“Os produtores de Sisal clamam por uma ação enérgica do Governo do Estado. Nasci e me criei na região. Sei da dificuldade. Meu pai botou palha em motor de Sisal. Sei do sofrimento que todos os meus irmãos do Sisal estão enfrentando. Precisamos que o secretário saia do ar-condicionado”, finaliza Marcinho Oliveira.