Preso no Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (27/10), João Ricardo Cardoso Mota, o ‘R7’, é uma das principais lideranças do Bonde do Maluco (BDM) na Bahia. O homem é apontado como ‘torres’ da facção que nasceu na cidade de Mulungu do Morro junto com o co-fundador do grupo, Ednaldo Freire Ferreira, 41 anos, conhecido como ‘Dadá’, que foi liberado da cadeia em 1º de outubro durante o plantão judiciário do desembargador Luiz Fernando Lima, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Ambos eram bastante ligado ao finado Zé de Lessa.
A fonte do Informe Baiano revelou que ‘R7’ tem “uma ruma de negócios na região de Irecê”. “É muita coisa: açougue, mercado, plantação de cebola e tomate, embarcações. Tem até negócio com políticos. Você não tem noção desse buraco”, conta a fonte do IB.
“Aqui está uma guerra da p* pela rota do tráfico. Ele conseguiu unir BDM/PCC/TCP contra o Comando Vermelho. O Rio São Francisco hoje é a maior rota do tráfico do Nordeste. A transposição parou para não abaixar o nível de água do rio. Isso dificultaria a navegação”, pontua.
O homem é também parceiro de Geonário Fernandes Pereira Moreno, o Genaro, uma das lideranças do Terceiro Comando Puro (TCP), que atua em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O IB descobriu ainda que as três mortes ocorridas recentemente na cidade de Ibotirama e os barcos incendiados tem relação com a guerra entre as facções criminosas. “Chega muita coisa ali por Minas Gerais também”.
“Os barcos que tocaram fogo lá foi do pessoal que não quer trabalhar para o tráfico. Ninguém aguenta mais. São cidades portuárias. Há um aumento da criminalidade em Irecê, Xique- Xique e inclusive tem um traficante cabeça-cara do BDM em Barra”, finaliza a fonte do IB.
Operação Ancorar
Além de ‘R7’, a investida prendeu 12 homens envolvidos com o trafico de drogas e mais de 20 homicídios ocorridos nos municípios de Itabuna, Ilhéus, Teixeira de Freitas, Barro Preto, no sul e extremo sul do estado, tiveram mandados de prisão cumpridos nesta sexta-feira (27/10). As capturas aconteceram no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia, durante as ações da Operação Ancorar, deflagrada pelos Departamentos Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Inteligência Policial (DIP) e de Polícia do Interior (Depin).
Outra liderança importante do grupo é Kaic Cardoso Oliveira, conhecido como ‘Kaká’, que seria o 02 e braço financeiro. Ele foi achado na cidade de Santana da Parnaíba, em São Paulo.
Na Bahia, os mandados foram cumpridos na região de Itabuna, Ilhéus e no presídio feminino em Salvador. Quarenta e três mandados de busca e apreensão também foram cumpridos, drogas apreendidas, documentos e anotações de movimentações financeiras.
“Além da liderança, o braço financeiro do grupo foi desarticulado. Os presos dos outros estados serão recambiados para a Bahia”, explicou o diretor do Denarc, delegado José Bezerra Alves.
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