Natural de Conceição do Coité, na região do Sisal da Bahia, o pastor Clécio Gomes, que era uma travesti conhecida como “Paulinha Lins”, sofre represálias desde que decidiu deixar a identidade feminina para se dedicar à vida religiosa.
O homem de 47 anos chegou a retornar ao trabalho de profissional do sexo e ficava na orla de Salvador. “Todos ficaram sabendo. Tentei voltar para igreja, mas estava em uma batalha interna e com medo do que iria acontecer, pois, quem faz programa tem dificuldades para arrumar emprego”, contou ao Caldeirão do Paulão.
Clécio buscou trabalho em Santa Catarina, em um bordel, mas decidiu trabalhar de faxineiro: “Minha cabeça estava a mil e não era aquilo que eu queria. Tentei fazer os programas nessa casa de prostituição, mas, não consegui. Estava em um turbilhão de sentimentos e aliava o trabalho com o uso excessivo de cocaína”.
Segundo Clécio, uma pastora da sua cidade natal foi até o bordel e convenceu ele a deixar o local.
Após virar pastor, ele relata que enfrenta críticas e humilhações por parte de alguns membros da comunidade religiosa, inclusive de outros pastores.
“Os próprios pastores dizem como os cristãos vão na igreja do ‘travesti ou ’viado”! Tentam me humilhar para me fazerem desistir da minha missão, mas se nem Deus agradou todo mundo, quem dirá eu!”, lamentou.
Clécio diz não se abater, pois, somente ele sabe o que passou e o quanto a igreja transformou para seu bem-estar.
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