Praticantes do candomblé relatam ter sido expulsos de uma missa na Igreja dos Mares, na cidade baixa, em Salvador, na última sexta-feira. O babalorixá Adriano Santos levava alguns novos iniciados a missa, como manda a tradição candomblecista.
“O padre parou a missa. Sofreu constrangimento, vergonha, intolerância, descriminação, racismo”, disse Ronald Alagan, candoblecista, em um vídeo das redes sociais. O celebrante em questão é Pe. Manoel da Paixão Gomes do Prado.
Ronald explicou que um boletim de ocorrência já foi feito. “Estou com baba Adriano e os filhos dele. Ele foi botado pra fora da igreja. O padre parou a missa e colocou eles pra fora da igreja. Eles registraram o B.O. e eu vim aqui tendo denunciarmais um racismo religioso”,
O babalorixá, por sua vez, explicou que já foi a mesma igreja outras vezes para outros rituais parecidos e sempre havia sido bem vindo. “ [Agora] o padre manda eu me retirar, disse que estava desrespeitando a religião dele”, lembra.
A Arquidiocese de Salvador publicou uma nota dizendo que “a arquidiocese está acompanhando atentamente, em vista da justa apuração do ocorrido”.
“O referido sacerdote, no exercício do seu ministério, conforme o proceder do clero, nesta Arquidiocese, não tem favorecido a discriminação e o desrespeito entre as religiões, nem adotado postura racista de qualquer natureza, pautando-se sempre pelo zelo pela celebração eucarística”, defende.
O comunicado ressalta ainda que a igreja “repudia quaisquer atos de intolerância religiosa, defendendo o profundo respeito aos lugares de culto, aos próprios cultos e aos seus participantes.”
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