Os juízes do Tribunal de Justiça (TJ) baiano poderão sofrer mudanças significativas nas próximas semanas: segundo a revista Veja, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) resolveu focar em um quadro institucionalizado de corrupção ainda vigente no Judiciário da Bahia. A apuração das irregularidades teria sido feita pelo próprio CNJ e pela Polícia Federal.
Conforme a reportagem, há possibilidade de intervenção no tribunal, algo extremamente grave para os padrões decisórios do CNJ. A investigação seria uma continuação da Operação Faroeste, ocorrida em 2019.
Na época, a PF desmontou um esquema de venda de sentenças no TJ-BA. Desembargadores, juízes, advogados e empresários foram presos.
Ao investigar os fatos reunidos pela PF no Judiciário baiano, o CNJ constatou algo assustador. Dezenas de desembargadores se deram por impedidos em diferentes procedimentos que deveriam limpar o sistema judicial.
“Há notícias de que o esquema continua em vigor. O Judiciário da Bahia tem muitas denúncias de morosidade. Estamos pensando em alguma forma de intervenção”, diz o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, que esteve no tribunal baiano nesta semana para ver de perto as situações relatadas.
Ainda conforme a revista, além de corromper magistrados, o esquema envolvia o Ministério Público e a Secretaria de Segurança da Bahia. Quem não era comprado, era ameaçado de morte.
“A fotografia do momento revela, enfim, uma dinâmica delitiva de cooptação dos agentes do sistema de justiça, com o envolvimento das então chefias do Tribunal de Justiça e do Ministério Público baiano, que, blindados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, proliferou a engrenagem organizacional criminosa investigada que, grife-se, por vital, ainda tenta permanecer ativa, propalou ameaça de morte ao colaborador Júlio César, numa região onde duas vidas foram ceifadas e, no mês de junho, contabilizou a morte brutal do agricultor Paulo Grendene, que denunciou o esquema de grilagem da Operação Faroeste”, diz a investigação.
Ainda nesta semana, o STJ aceitou novas denúncias contra magistrados investigados por venda de decisões judiciais. Apesar de afastados, eles continuam recebendo salários. O número de magistrados envolvidos em crimes continua a ser atualizado pela Justiça.