Durante discurso na abertura da XXVI Marcha em Defesa dos Municípios, nesta segunda-feira (20), em Brasília, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, fez críticas à criação de pisos salariais sem definição de fonte de custeio e afirmou que a média salarial de professores em uma capital brasileira chega a R$18 mil.
“Tem professor no Brasil, não é exceção. Em uma capital, a média é quase R$18 mil. Tem professor ganhando R$40 mil, eu provo. E não são poucos. Nessa capital, mais de 200 professores recebem acima de R$30 mil”, declarou Ziulkoski, rebatendo dados que indicam salários médios de R$4 mil. “Isso não existe. A realidade vocês sabem qual é.”
O presidente da CNM também alertou para o excesso de propostas legislativas que criam pisos salariais para diferentes categorias, sem previsão de recursos. Segundo ele, atualmente tramitam cerca de 450 projetos nesse sentido no Congresso Nacional.
“Estão andando no Sul, na Câmara, no Legislativo, para criar piso. E quem paga essa conta somos nós aqui”, afirmou, dirigindo-se aos prefeitos. Ele citou como exemplo o piso da enfermagem, que teve impacto direto nos cofres públicos: “O governo está pagando R$12 bilhões agora para sustentar o piso do enfermeiro”.
Ziulkoski defendeu que a Câmara e o Senado filtrem os projetos com pareceres jurídicos que apontem a ausência de fontes de financiamento. “Vamos criar uma expectativa errada na população e, no fim, quem sofre são os municípios.”
A Marcha dos Prefeitos, organizada pela CNM, reúne gestores municipais de todo o Brasil para discutir temas como a Reforma Tributária, financiamento da saúde e da educação, além dos impactos das decisões do Congresso na gestão local.