Uma denúncia chocante marcou a sessão ordinária da Câmara Municipal de Terra Nova, na noite desta quarta-feira (21/05). Uma jovem identificada como Aiala Silva de 22 anos subiu na tribuna para acusar o próprio pai, o vereador Aldo de Zuza (Cidadania), de violência sexual.
Conforme apuração do Informe Baiano, a jovem estava visivelmente abalada e relatou que o abuso teria acontecido durante uma viagem entre São Sebastião do Passé e Terra Nova, dentro do carro do parlamentar. Ela contou que permaneceu em silêncio por alguns dias, mas seu comportamento acabou despertando a atenção da mãe e do padrasto, a quem revelou o que teria sofrido.
Também detalhou momentos de puro terror. Segundo ela, Aldo passou a mão entre suas pernas e, mesmo após a reação de repulsa dela, o vereador teria afirmado: “Filha nada, esquece isso. Há anos que tenho essa tara por você”. A vítima ainda revelou que foi tocada nos seios e na região íntima, ficando paralisada de medo e sem saber como reagir. Ela também exibiu áudios que, segundo ela, seriam do irmão tentando minimizar o ocorrido. A jovem afirmou ainda ter sofrido tentativa de suborno, com a oferta de uma vaga de emprego para que ela se calasse.
Aldo de Zuza negou tudo. Em um discurso tenso, ele afirmou estar sendo vítima de perseguição política e fez uma declaração polêmica: “A partir de hoje, não a reconheço mais como filha”. O vereador prometeu provar sua inocência na Justiça e declarou que irá processar quem, segundo ele, está fazendo acusações falsas.
A Câmara Municipal de Terra Nova divulgou nota dizendo que repudia qualquer ato de violência, especialmente os que atentam contra mulheres, e que acompanha de perto o andamento das investigações. O Legislativo também estuda abrir um processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar contra Aldo, dependendo do avanço das apurações.
Já a Prefeitura do município afirmou que repudia veementemente qualquer tipo de violência contra a mulher, especialmente de natureza sexual, mas destacou que não tem competência legal para aplicar sanções contra um vereador, função que cabe exclusivamente à Câmara.
O caso está sendo acompanhado pelos órgãos competentes, como o Ministério Público, a Polícia Civil e o Poder Judiciário. Até o momento, não houve nenhuma decisão judicial.