Um áudio enviado por um suposto traficante circulou em grupos de WhatsApp minutos antes dos ataques que deixaram três mortos na noite desta sexta-feira (23/5), em Dias d’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. Na gravação, o criminoso ordena toque de recolher em diversos bairros da cidade e ameaça executar qualquer pessoa vista nas ruas. Horas depois, dois atentados ocorreram nos bairros Cristo Rei e Concórdia.
No primeiro caso, por volta das 18h50, Elder foi morto a tiros na Rua Rio Amazonas, em Cristo Rei, nas proximidades da sede da Zoonoses do município. Segundo a mãe da vítima, que presenciou a execução, o jovem foi atraído ao local por uma adolescente. Ao chegar, foi cercado por um grupo de adolescentes – alguns a cavalo e outros em bicicletas – e baleado por um deles. Ele morreu ainda no local.
Cerca de uma hora depois, outro ataque foi registrado na Rua da Paz, bairro Concórdia. Homens armados em dois veículos, um Corsa branco e um Corsa cinza, invadiram o Bar de Bujão e abriram fogo contra os presentes. Três pessoas foram baleadas: dois homens identificados pelas iniciais R.S.E. e R.P.N., além do proprietário do estabelecimento. Todos foram socorridos à UPA de Dias d’Ávila, mas não resistiram aos ferimentos.
No local, a Polícia Militar recolheu cápsulas de fuzil calibre 5.56, evidenciando o uso de armamento de alto poder ofensivo. As ações estão sendo investigadas pela 25ª Delegacia Territorial de Dias d’Ávila, que apura a ligação entre os ataques e a guerra entre facções criminosas que disputam o domínio do tráfico na região.
O áudio que circula nas redes mostra um homem ameaçando diretamente moradores e rivais: “Quem tiver de bobeira na pista pode ser quem for. Nós vai passar matando”, afirma o criminoso, citando bairros como Cristo Rei, Jacumirim, Alexandre Ribeiro, Padre Torrano e Varginha. A gravação indica que o grupo criminoso já planejava as ações da noite, mencionando inclusive a movimentação no bairro Concórdia.
Com os novos homicídios, Dias d’Ávila chega a 39 assassinatos registrados em 2025. Até o momento, nenhum suspeito foi preso. A polícia segue investigando o conteúdo do áudio e buscando identificar os autores dos ataques.
