A intensificação do conflito entre Israel e Irã já começa a repercutir na economia global e pode afetar diretamente o bolso do consumidor brasileiro. Especialistas alertam que, caso a escalada militar evolua para uma guerra em larga escala, o barril de petróleo tipo Brent — referência mundial — pode ultrapassar a marca de US$ 150, impulsionando o preço dos combustíveis e o custo da logística no Brasil.
Na última sexta-feira (13), o barril do Brent já havia registrado alta de 7,02%, sendo cotado a US$ 74,23. No acumulado da semana, a valorização foi de 12,37%, reflexo direto da instabilidade no Oriente Médio. O Irã, que produz cerca de 3,3 milhões de barris por dia — equivalente a quase 5% da produção mundial —, é peça-chave na balança global de energia.
De acordo com analistas, se poços ou plataformas petrolíferas iranianas forem atacados, o preço da commodity pode disparar para além dos três dígitos. O impacto, embora ainda incerto, começa a gerar preocupação em países como o Brasil.
Segundo Sérgio Araújo, presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), ainda é cedo para prever aumentos imediatos nos preços praticados no país. No entanto, ele ressalta que, se a tensão persistir, o mercado internacional deve reagir com alta nos preços, o que afetaria também os produtores privados e importadores nacionais.
“Poderá haver aumentos nos preços dos derivados de petróleo, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, que são menos abastecidas por produtos da Petrobras”, explicou Araújo.
Enquanto o cenário geopolítico segue incerto, o mercado aguarda os desdobramentos dos próximos dias para entender o real impacto sobre a cadeia energética global — e sobre o bolso do consumidor brasileiro.