Uma pesquisa divulgada neste mês de julho de 2025 revelou um dado alarmante para o Palácio do Planalto: a desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Bahia alcançou 47,3%, um índice recorde e inédito no Estado desde o retorno do petista ao poder.
O número representa uma mudança significativa no humor do eleitorado baiano, historicamente alinhado com o lulismo, especialmente nas camadas mais populares. A situação é ainda mais preocupante para o governo quando se observa que a avaliação “péssima” da administração atinge 35,4% dos eleitores, superando com folga o total de avaliações “ótimas” (14,3%) e até mesmo a soma de “ótima” e “boa” (34,2%).
O levantamento do Paraná Pesquisas, feito com 1.620 eleitores baianos, indica ainda que apenas 49,3% aprovam a gestão Lula — um índice que, embora ainda positivo, não garante mais a confortável vantagem de outrora. Em 2022, Lula teve na Bahia 72% dos votos. A distância entre aprovação e desaprovação caiu para menos de dois pontos percentuais, evidenciando um cenário de profunda divisão política no maior colégio eleitoral do Nordeste.
A Bahia sempre foi um território estratégico para o PT. Nas últimas eleições presidenciais, Lula obteve ampla maioria dos votos no Estado. No entanto, a realidade social, marcada pela escalada da violência, desemprego e sensação de abandono, parece ter corroído parte dessa base.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, nove das 20 cidades mais violentas do Brasil estão na Bahia, um dado que tem sido explorado politicamente por opositores e cobrado insistentemente pela população. Apesar da responsabilidade constitucional pela segurança ser dos Estados, o silêncio do governo federal e a ausência de medidas concretas de apoio têm aumentado a percepção de omissão por parte de Lula.
ALERTA PARA 2026
A queda de popularidade na Bahia não é apenas simbólica — ela representa um alerta real para o futuro político do presidente e para o PT no Nordeste. Com as eleições municipais de 2026 no horizonte, uma base frágil pode comprometer candidaturas aliadas e prejudicar a formação de palanques fortes.
Além disso, a rejeição elevada em um Estado tradicionalmente petista coloca em xeque a capacidade do governo de manter o discurso de unidade nacional e de reconstrução após o bolsonarismo, especialmente em regiões que já mostraram fidelidade ao projeto lulista.