A Livraria Saraiva, rede de varejo líder em venda de livros no país, pediu recuperação judicial nesta sexta-feira. Com dívida de 674 milhões de reais, a companhia é a segunda empresa do setor em pouco mais de um mês a pedir proteção da Justiça para reestruturar débitos e tentar seguir em operação. A Livraria Cultura está em recuperação judicial desde o mês passado.
As dificuldades da Saraiva ficaram evidentes no início deste ano quando a companhia atrasou pagamentos às editoras de livros — suas principais fornecedoras. A empresa voltou a ter dificuldades nos últimos meses, e foi iniciado um novo período de negociações. Após não conseguir fechar acordo, a companhia decidiu pela recuperação judicial.
A empresa afirmou em comunicado ao mercado que “a recuperação judicial não altera, de forma alguma, o funcionamento da (área de) varejo, que segue, na data de hoje, com 85 lojas físicas em todo o Brasil e com sua operação de comércio eletrônico”. A companhia acumula de janeiro ao final de setembro prejuízo líquido de 103 milhões de reais, mais que o dobro em relação ao resultado negativo de 50 milhões de um ano antes.
No pedido feito à Justiça, a Saraiva lembrou que vem tentando reestruturar o próprio negócio, processo que está sendo tocado em conjunto com a consultoria Galeazzi & Associados. Recentemente, a companhia encerrou as atividades de 19 pontos de venda, sendo oito lojas tradicionais e oito unidades iTown, que vendiam produtos de tecnologia da marca Apple. Neste processo, cortou 700 funcionários.