O atacante da seleção brasileira e do Real Madrid, Vini Junior, foi vítima de ofensas racistas na Espanha mais uma vez. Por meio das redes sociais, ele criticou a LaLiga, associação que organiza o Campeonato Espanhol, por não tomar providências diante dos crimes. Vídeos feitos nas arquibancadas do Estádio José Zorrilla, onde o Real Madrid venceu o Valladolid por 2 a 0 na sexta-feira (30/12), mostram torcedores do time adversário imitando sons de macacos guinchando. Alguns chamam o jogador de “mono”, que é macaco em espanhol.
“Os racistas seguem indo aos estádios e assistindo ao maior clube do mundo de perto, e a LaLiga segue sem fazer nada. Seguirei de cabeça erguida e comemorando minhas vitórias e do Real Madrid. No final, a culpa não é minha”, disse o atleta de 22 anos, neste sábado (31/12).
Vini Junior foi substituído nos minutos finais do segundo tempo e saiu pelo lado do campo. Como o banco de reservas estava na outra lateral, precisou caminhar no gramado para chegar ao local e, logo no início dos trajeto, começou a ouvir as ofensas da arquibancada.
Quando passava por trás da área defendida pelo companheiro Courtois, viu Benzema marcar o segundo gol merengue e vibrou virado para a torcida do Valladolid. A partir daí, as ofensas ficaram ainda mais fortes. O vídeo também mostra o brasileiro irritado e chutando um dos objetos jogados nele.
Vinicius Junior tem sido alvo recorrente de racistas. Um dos episódios lamentáveis aconteceu na Copa do Mundo do Catar logo após a eliminação do Brasil. O jogador Ivan Alejo, do Cádiz, da Espanha, usou emojis de dança e de macacos para comentar sobre o resultado do duelo entre brasileiros e croatas. O racista apagou o tweet.
Em setembro deste ano, o presidente da associação de empresários de jogadores da Espanha, Pedro Bravo, disse em uma emissora de TV que o atacante tinha que parar de “fazer macaquice” em campo. A fala despertou indignação e aumentou o debate sobre racismo na Espanha. Alguns dias após o acontecido, durante um clássico entre Atlético de Madrid e Real Madrid pela rodada do Campeonato Espanhol, o atleta voltou a ser hostilizado.
Recentemente, o Ministério Público de Madrid decidiu arquivar a denúncia de xingamentos racistas contra o brasileiro durante o clássico e alegou “contexto de máxima rivalidade” por terem “durado poucos segundos”.