O governador Jerônimo Rodrigues (PT) falou, na manhã desta segunda-feira (13/03), sobre a polêmica em torno da autorização concedida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) para o corte de Mata Atlântica e o início das obras de um resort de luxo da Mangaba Cultivo de Coco Ltda. A empresa é de propriedade do poderoso empresário José Roberto Marinho, um dos herdeiros do Grupo Globo, e de Armínio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central.
“As pessoas, às vezes, não tem culpa da desinformação. Esse processo não é de agora, tem 11 anos”, disse Jerônimo.
“Hoje mesmo eu recebi um ‘fake’ dizendo que vai ocupar toda ilha, aquela área belíssima. Não é verdade, é ‘fake’. O que tá pedindo, inclusive, já passou. E foi aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente”, acrescentou.
O governador avisou que já pediu mais informações sobre o caso ao secretário estadual Eduardo Sodré Martins. Jerônimo citou que verificará se realmente há algo ilegal.
“Nós temos uma lei nacional que estabelece um quantitativo, um tamanho, para quem tem a propriedade, puder fazer o uso dela com respeito a uma lei, até 20%. Não digo de desmatamento, mas de supressão vegetal, como é o termo chamado. A informação que nós temos é que são dois hectares, não são 20. Não é toda a área”, esclareceu.
O governador disse ainda que o empreendimento “está dentro do padrão” e o Estado vai exigir da empresa uma “compensação”.
Organizações civis, moradores e pescadores da Ilha de Boipeba afirmam que a empreitada turístico-imobiliária fica na Fazenda Ponta dos Castelhanos, no sul da ilha. O empreendimento está em áreas protegidas por lei federal.
