A Bahia é o segundo estado da federação que mais solta suspeitos de delitos em audiência de custódia, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os números foram apurados pelo Informe Baiano, nesta segunda-feira (09/10).
Entre 2016 e 2022, as Forças de Segurança realizaram 29.387 prisões no maior estado do Nordeste. Desses, 17.007 foram liberados. Portanto, em 57,9% dos casos as pessoas são soltas. A porcentagem está acima da média nacional, que é de 53,8%.
Apenas o Distrito Federal, com média de 63,1% de liberação em audiência de custódia, é maior que a Bahia. A capital federal realizou em 7 anos 45.784 prisões com 28.888 suspeitos soltos.
O Rio de Janeiro está na contramão sendo o estado com menor número de presos soltos em audiência de custódia, ostentando uma média de apenas 30,2%.
Crimes após audiência
Dois casos recentes envolvendo pessoas liberadas em audiência de custódia chamaram atenção da sociedade baiana.
No dia 27 de Setembro, na região do IAPI, dois policiais militares trocaram tiros e ambos morreram após uma ação de desinteligência. Um dos soldados, que trabalhava sem farda, realizava uma abordagem contra um homem que usava tornozeleira eletrônica e supostamente cometia roubos. Um militar que estava de folga reagiu achando que tratava-se de um assalto, resultando em confronto.
Já no dia 15 de Setembro, uma ação contra o crime organizado em Valéria resultou na morte do policial federal Lucas Monteiro Caribé. Bandidos envolvidos no confronto também usavam tornozeleira eletrônica, fruto de liberação em audiência de custódia.
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