“Nós estamos lutando contra os poderes das trevas. Hoje temos um prefeito que fala uma coisa nas redes sociais, mas na prática faz outra. Não estão cuidando do povo”, disparou a vice-prefeita de Candeias, Márcia Gomes (PSDB), em entrevista ao Informe Baiano, no sábado (11/07).
No dia anterior, a tucana foi atacada na porta de casa por aliados do prefeito Dr. Pitágoras (PP). A ação contraria o próprio decreto de toque de recolher do município. Os militantes fizeram buzinaço, tocaram som alto, soltaram fogos e promoveram aglomerações em frente a residência de Márcia, que contrariada, lamentou a atitude antidemocrática motivada por uma luminar judicial que promoveu o retorno do atual gestor ao cargo. Os vereadores do município tinham afastado cautelarmante Pitágoras das funções por 90 dias devido a denúncias de corrupção.
“Essa liminar pode ser derrubada a qualquer momento. Mas eles estavam comemorando o que mesmo? As mortes das pessoas por coronavírus em nosso município? Não é normal essas coisas que estão acontecendo no processo político. Não é normal! Temos sempre que fazer o que é certo. Com 6 meses, eu deixei o governo, pois não concordava com o modelo de gestão. Não foi cumprido o programa de governo. A gente quer desenvolver a cidade e foi por isso que rompemos. Meu interesse sempre foi a coletividade e colaborar com a gestão”, pontuou a vice-prefeita ao lembrar ainda os recentes escândalos.
“Chamou a minha atenção e o que intriga muito é que no dia que a Câmara me deu a posse, o prefeito passou a noite inteira dentro do Paço municipal com toda sua equipe. E tinha dito, segundo outras pessoas, que eu não adentraria ao Paço. Porque ele permaneceu no Paço até sair uma liminar? Porque ele teve todo esse poder e autoridade? O que a gente pode imaginar em relação a isso?”, questionou.
“São muitas coisas erradas e irregularidades no município, a exemplo das áreas da Saúde e Educação. É preciso investigar isso tudo. A Lava-jato mostra, inclusive, que há muitas coisas erradas, não é verdade? Político não é super-herói, político não é Deus. É preciso entender isso. Político é uma pessoa como qualquer outra”, pontuou.
Márcia Gomes citou ainda o exemplo de sua filha que “trabalha em um supermercado como jovem aprendiz”.
“Ela é uma pessoa normal e não tem que ser beneficiada por ser minha filha. Eu caminho como qualquer outra pessoa. Eu procuro o certo, porque não quero, de jeito nenhum, ter problema com justiça. Conhecereis a verdade e a verdade os libertará”, concluiu Márcia Gomes.
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