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Informe Baiano
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Homem negro é retirado de banheiro para devolver mochila que comprou na loja Zara em Salvador

Um homem negro, identificado como Luís Fernandes Júnior, foi retirado do banheiro do Shopping da Bahia, em Salvador, na última terça-feira (28/12). Ele foi acusado de furtar uma mochila que comprou na loja Zara.

Natural de Guiné-Bissau, no continente africano, a vítima mora há sete ano na cidade de São Francisco do Conde, região metropolitana de Salvador.

“Fui na loja da Zara procurar a mochila que eu queria, porque a minha estava velha. Conversei com o atendente, que foi muito cordial, e conseguimos encontrar a mochila por meio do código do produto, no aplicativo. Eu então deixei a mochila no caixa e saí da loja para sacar o dinheiro. Depois retornei para pagar pela mochila e saí com minha compra, com o comprovante de pagamento”, contou aí G1

“Eu já tinha passado pelo segurança duas vezes, ele inclusive me indicou onde ficava o caixa eletrônico que eu saquei o dinheiro da compra. Tem como eles puxarem as câmeras do shopping para verem a minha circulação”, acrescentou.

Depois pagar pela mochila, o rapaz deixou o troco no caixa porque estava com pressa para sair do shopping. Então, foi ao banheiro, que fica próximo da saída de acesso à estação do metrô da Rodoviária.

“Quando o rapaz [do caixa] ia me dar o troco, que era R$ 1, eu pedi só a nota fiscal porque estava com pressa. Ia perder o carro para casa e o prejuízo seria maior do que R$ 1. Eu então entrei no banheiro que fica perto da saída do metrô. Quando estava de pé, urinando, o segurança entrou e começou a gritar comigo”.

“Ele ficou atrás de mim. De início, eu não liguei porque não tinha ideia de que seria comigo aquilo. Aí ele chegou perto de mim e falou: ‘eu quero que você devolva agora a mochila que você roubou na loja da Zara’. Eu respondi que tinha comprado a mochila e ainda falei que tinha o comprovante, mas ele não quis ouvir e insistiu para que eu devolvesse”.

Depois disso, o segurança tomou a mochila da mão de Luís e saiu pelo corredor.

“Eu fiquei muito nervoso e saí discutindo pelo corredor atrás dele. Quando chegamos de volta na loja, procurei o rapaz que me atendeu e perguntei a ele de quem era a mochila. O atendente respondeu que era minha, que eu havia comprado. Aí ele ficou sem jeito”, lamentou Luís.

“Mesmo assim, ele ficou com a minha mochila na mão e saiu andando com ela. Eu estava bastante nervoso e chamei ele de racista. Questionei: ‘Só por que eu sou negro, não tenho o direito de comprar o que eu quiser?'”.

Mesmo com a situação esclarecida, o segurança se recusou a devolver a mochila.

“Eu puxei a mochila da mão dele e ele me ignorou, saiu andando. Eu fui atrás dele, revoltado, e pedi: ‘Quero saber quem é o seu responsável para entender o motivo desse tipo de abordagem'”.

“Aí encontrei a pessoa responsável pela segurança, e perguntei: ‘Você pode me dizer que tipo de treinamento, formação ou educação vocês dão para os seguranças? Se fosse um homem branco, ele teria coragem de entrar no banheiro e fazer isso? Me acusar de roubo, me retirar do banheiro, eu com o comprovante na mão?”. O responsável pela segurança ignorou e tratou a vítima com desdém.

“Eu falei a ele: ‘eu não sou leigo, não sou burro. Tenho graduação em Ciências Humanas, licenciatura, e faço duas pós-graduações, uma delas em Gênero e Direitos Humanos. Eu sei o que é racismo e o que você está fazendo’. Nesse momento, a fisionomia dele mudou e ele abaixou a cabeça”.

“Me senti humilhado por ser negro. Foi como se ele tivesse me matado e me deixado na rua, de qualquer jeito. Doeu muito. E em nenhum momento eles pediram desculpas. Eu cheguei em casa arrasado, com uma dor de cabeça intensa”.

O G1 relata ainda que Luís não conseguiu registrar o caso em uma delegacia no mesmo dia, porque passou mal com a situação. Agora, com um advogado, pretende fazer o boletim de ocorrência para que casos como os dele parem de se repetir.

“Estou contratando um advogado para isso, para a gente procurar uma delegacia. Eu nunca passei por nada desse tipo. Só assistia na televisão e já me dava raiva de ver. É algo que não tem como compensar. Em momento nenhum a loja me procurou. Uma representante do shopping me ligou ontem [quarta-feira, 29], para tentar conversar e pedir desculpa”.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara de Salvador, vereadora Marta Rodrigues, repudiou o caso e disse que vai cobrar uma “punição para mais um caso absurdo de racismo dentro da loja Zara, recorrente neste tipo de crime”.

“Não tem muito tempo que a Polícia Civil do Ceará, ao investigar um caso de racismo, descobriu um código tenebroso para perseguir pessoas negras ou com “roupas simples” que circulassem dentro da loja naquele estado”, disse Marta.

“Não permitiremos que situações como estas permaneçam e tenham continuidade! Nem em Salvador, capital mais negra do país, nem em qualquer outro lugar deste Brasil, onde mais de 60% da população é composta por pessoas negras e indígenas. Racismo é crime, e isto precisa ser dito a todo tempo! Não podemos permitir que se omita o racismo com discurso de padronização de corpos e formas de vestir. Racistas não passarão!”, finaliza a vereadora Marta Rodrigues.

Nota da Zara

A Zara informou que está apurando os detalhes do que aconteceu e que afastou uma funcionária da loja. A empresa não detalhou a participação desta funcionária no caso. Disse ainda que lamenta o episódio, “que não reflete os valores da companhia”.

Nota do Shopping da Bahia

O Shopping da Bahia disse que o segurança foi chamado por representantes da loja para buscar o cliente. O centro de compras reconheceu que essa atitude não deveria ter sido atendida porque descumpre as determinações de regulamento do shopping.

Informou ainda que que não compactua com qualquer ato discriminatório, e que “incluirá as imagens deste fato nos treinamentos internos para evitar que se repitam”.

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