A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB) relatou em nota enviada ao Informe Baiano que a “severa estiagem enfrentada nos últimos meses, com 131 municípios já em situação de emergência, e muitos outros com enormes dificuldades devido à escassez de chuvas, já está provocando estragados com grandes impactos na geração de emprego, podendo impactar no aumento de produtos da cesta básica, como leite, café e carne”.
“Já foram contabilizados milhares de mortes de cabeças de gado por falta de comida e água, principalmente na grande Região Semiárida, que representa a maior parte do território estadual. Também há grandes perdas na produção de fruticultura e milho, além dos impactos no Oeste baiano, responsável por grande parte do que a Bahia exporta, gerando milhares de empregos diretos e indiretos”, diz a FAEB.
A instituição acrescenta números que demonstram o agravamento da seca. A produção de leite informal diminuiu mais de 50% em todo o estado. A apicultura já tem perda acima de 50%, café 20%, banana 30% e a produção de caju caiu pela metade. O Plantio de milho e feijão está totalmente atrasado nas Regiões produtoras, e no Oeste do Estado, têm-se 21% de atraso de plantio e 200 mil hectares de replantio, segundo a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA).
“Os municípios com Decreto de Emergência reúnem mais de 371 mil produtores rurais, que estão sendo impactados diretamente, além dos trabalhadores rurais* que também precisam do campo para sobreviver, somando uma área total de 10.109.681 hectares”, diz.
De acordo com dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), este ano a Bahia está dentre os estados do Norte e Nordeste que enfrentam a pior seca desde 1980, sofrendo os efeitos do pior El Niño que se tem notícia.
A FAEB afirma também que diante desse cenário e como forma de amenizar os impactos da escassez de chuva, faz-se necessária a união de medidas de todos os entes públicos, para a *adoção das urgentes providências:
aAmpliar os Programas de aquisição e distribuição de alimentos (milho, trigo, soja, etc.), por intermédio dos Órgãos e Armazéns governamentais;
b)Prorrogação das parcelas de todos os débitos rurais;
c)Abertura de novas linhas de crédito para aquisição de ração e para construção de cisternas, poços tubulares e aquisição de dessalinizadores de água;
d)Ajuda direta dos Governos Federal e Estadual, com o fornecimento de comida, água e demais itens essenciais para as famílias que perderam as lavouras e rebanhos na seca, dentre outras ações cabíveis.
“O Poder Público e Setor Privado precisam unir esforços sem limites para minimizar, o quanto possível, os graves efeitos desta seca histórica, que elevará os preços dos itens da cesta básica e aumentará o desemprego, arrasando a produção e a economia das famílias do campo”, finaliza a FAEB.