A música brasileira perdeu, nesta quinta-feira (01/05), Dia do Trabalhador, uma de suas vozes mais marcantes. Nana Caymmi, filha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, faleceu aos 84 anos, após passar nove meses internada na Casa de Saúde São José, no bairro do Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro.
A artista foi hospitalizada após um procedimento médico, mas o quadro de saúde se agravou nas últimas semanas. A causa da morte ainda não foi oficialmente divulgada pela família ou pela unidade hospitalar.
Com uma carreira que atravessou mais de seis décadas, Nana Caymmi construiu uma trajetória sólida na música popular brasileira, marcada por sua voz grave, interpretação intensa e um repertório emocionalmente sofisticado, que transitava com elegância entre o samba-canção, a bossa nova e a MPB. Ao lado dos irmãos Dori e Danilo Caymmi, ela formava uma das famílias mais influentes da história da música nacional.
Nascida em 29 de abril de 1940, no Rio de Janeiro, Nana iniciou sua carreira ainda nos anos 1950, mas ganhou maior reconhecimento nas décadas seguintes, especialmente a partir dos anos 1970, com discos emblemáticos e colaborações com nomes como Tom Jobim, Milton Nascimento, Wagner Tiso e César Camargo Mariano.
Mesmo com uma personalidade forte e uma postura crítica sobre o mercado fonográfico, Nana sempre foi respeitada por sua autenticidade e integridade artística. Seu último álbum de estúdio, “Nana Caymmi Canta Tito Madi”, lançado em 2019, foi aclamado pela crítica e reafirmou seu legado como intérprete sensível e profunda.
Diversos artistas e instituições se manifestaram nas redes sociais lamentando a perda da cantora. O Ministério da Cultura publicou nota oficial destacando sua contribuição inestimável para a cultura brasileira.
O velório e enterro devem ocorrer no Rio de Janeiro, com detalhes ainda a serem divulgados pela família.