A suspeita se confirmou: o terreno da Pupileira, no bairro de Nazaré, em Salvador, abrigou um cemitério de pessoas escravizadas no passado. A revelação foi feita nesta segunda-feira (26), durante coletiva de imprensa realizada por pesquisadores e representantes do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Escavações no local identificaram ossos longos e dentes humanos a cerca de três metros de profundidade, em um ambiente úmido e com acidez elevada, o que dificultou a preservação completa dos restos. Os primeiros vestígios foram encontrados no dia 19 de maio, quinto dia de campo da equipe arqueológica. Segundo os especialistas, os materiais localizados provavelmente pertencem a indivíduos diferentes.
De acordo com a pesquisadora Silvana Olivieri, parte dos ossos foi retirada com o auxílio de peneiras – técnica que permite identificar fragmentos mais evidentes durante o processo. Já a área escavada foi coberta para garantir a preservação do sítio arqueológico.
Os próximos passos da investigação serão definidos por meio de diálogo entre a Santa Casa da Bahia (detentora do espaço), o MP-BA e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O material recolhido será analisado em laboratório, e pode lançar luz sobre aspectos ainda desconhecidos da história da escravidão em Salvador.