O vereador Claudio Tinoco (União Brasil) criticou a greve dos professores da rede municipal de Salvador, que já ultrapassa 70 dias de duração, classificando o movimento como “político-partidário” e prejudicial aos estudantes e suas famílias. Segundo o vereador, que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Educação, a paralisação perdeu o sentido diante das ações concretas da Prefeitura para valorização da educação e melhoria das condições de trabalho dos profissionais da rede, além dos avanços na campanha salarial deste ano.
“O que estamos vendo é um movimento que acabou se perdendo, colocando em primeiro lugar os interesses político-partidários e não a educação de Salvador. Os estudantes estão sendo prejudicados, famílias estão sobrecarregadas e a cidade inteira sofre os impactos de uma greve que não se sustenta diante dos avanços conquistados nos últimos anos. Nós estamos aqui fazendo um apelo para os sindicalistas para que encerrem de vez a greve, que tanto tem penalizado as crianças e suas famílias”, afirmou Tinoco.
Claudio Tinoco também ressaltou que o movimento grevista vem perdendo força a cada dia, à medida que os próprios professores percebem o caráter político da paralisação. Dados da Secretaria Municipal da Educação indicam que 90% das escolas estão em funcionamento e cerca de 70% dos profissionais já retornaram às unidades. “Está claro que a maioria da categoria não apoia mais essa greve. Os professores querem estar em sala de aula, ajudando a recuperar o tempo perdido e cumprindo sua missão”, disse.
O vereador destacou que Salvador vive um novo momento na educação municipal, com investimentos significativos em infraestrutura, formação e valorização dos profissionais. Toda a rede passou por melhorias estruturais, e foram criados equipamentos inéditos como o Centro de Formação Emília Ferreiro – que oferece cursos gratuitos de formação continuada para os professores – e o Centro de Acolhimento ao Educador Tereza Cristina Santos, que conta com 50 psicólogos atuando diretamente no cuidado da saúde mental dos profissionais da educação.
Além disso, a prefeitura investiu na aquisição de tablets e chromebooks para alunos e professores, ampliando o acesso à tecnologia e modernizando o processo de ensino-aprendizagem. Em 2024, o orçamento da educação foi o maior da história da capital baiana: aproximadamente R$ 2,8 bilhões aplicados no setor.
Na atual campanha salarial, os percentuais de aumento variam de 9% a 18% para a categoria, índices que superam com folga o reajuste de 6,27% do piso nacional. “Enquanto o governo do estado ofereceu 6,27% e teve a proposta aceita, Salvador foi muito além, mostrando compromisso com seus profissionais. Ainda assim, alguns insistem em manter a greve. Isso não é uma luta por direitos, é uma disputa ideológica com roupagem de mobilização sindical”, disse o vereador.
Tinoco ainda lembrou que a greve é considerada ilegal por diversas decisões do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) desde o dia 7 de maio, mas que a APLB tem insistido em descumprir as determinações judiciais. Uma nova decisão recente elevou a multa diária ao sindicato para R$200 mil. O valor acumulado da multa já chega a R$5 milhões. “Já existe uma nova proposta da Prefeitura para avançar ainda mais em alguns pontos de benefícios ao magistério, e a Câmara Municipal estará de prontidão para analisar e votar um possível projeto de lei que esteja de acordo entre as partes, desde que todos voltem às aulas”, salientou.
