O candidato do PSOL à Prefeitura de Salvador, Kleber Rosa, durante a sabatina do AN, da TV Aratu, nesta terça-feira (17/09), se posicionou sobre a polêmica em torno da execução do Hino Nacional com linguagem neutra durante um comício de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo. A alteração no hino, que ocorreu no evento na Zona Sul da capital paulista, trocou a expressão “dos filhos deste solo” para “des filhes deste solo” e “um filho teu” para “um filhe teu”, o que gerou grande repercussão nas redes sociais. Rosa, que também é professor, criticou a mudança e defendeu que a obra deve ser respeitada em seu formato original.
“Olha, eu sou professor. O espaço pedagógico é o espaço da liberdade de cátedra. Então, o debate sobre o reconhecimento e a importância da comunidade LGBTQIAPN+, a importância de reconhecer a linguagem que expressa a nossa diversidade, é importante. Mas eu acho que a gente também precisa ter o cuidado quando a gente está imbuído de institucionalidades. Eu acho que houve um erro em São Paulo em cantar o hino, porque, assim, eu toco violão um pouquinho em casa mesmo e eu canto músicas, por exemplo, Maria Bethânia, músicas na versão feminina, e ela não transforma a música para a versão masculina. Então a gente tem que ser fiel à obra. O hino nacional é uma obra e é uma ferramenta institucional, não pode ser mudado ao bel-prazer”, afirmou Kleber.
Ele acrescentou que, embora o ambiente escolar seja um espaço apropriado para o debate sobre diversidade e linguagem inclusiva, as mudanças devem seguir uma abordagem crítica, sem desrespeitar as normas gramaticais vigentes. “A escola, como eu disse, é um espaço de debate, inclusive sobre isso. Mas do ponto de vista formal não dá pra gente ir de encontro à gramática. Tem que ensinar os nossos alunos a gramática como ela é, ainda que o espaço pedagógico permita a gente compreender de forma crítica a própria gramática, que é machista, que muitas vezes é racista, que é sexista”, completou.